Schäuble: É “possível e necessário” descer impostos alemães

  • Marta Santos Silva e Lusa
  • 12 Janeiro 2017

O ministro das Finanças alemão surpreendeu ao anunciar que existe margem para uma descida até 15 mil milhões da carga fiscal, e voltou a pedir ao BCE para parar o programa de estímulos em 2017.

O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, afirmou hoje que na próxima legislatura “é possível e necessário” iniciar uma descida dos impostos no país e defendeu uma reforma fiscal após as eleições deste ano.

Em entrevista ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung, Schäuble disse que essa reforma deve incluir os impostos sobre rendimentos singulares e de empresas, assinalando que há margem para uma descida até 15 mil milhões de euros. O ministro antecipou ainda que se deixasse cair a taxa excecional de solidariedade.

A Alemanha deve também preocupar-se com melhorar as condições fiscais para as empresas no país, “reformando o imposto sobre as sociedades para que a economia alemã como um todo seja mais competitiva”, afirmou o ministro na entrevista, em especial tendo em conta que, após o Brexit, o Reino Unido pudesse tentar atrair ou manter empresas com este tipo de medida.

O Ministério das Finanças alemão informou hoje que o Governo federal encerrou o ano de 2016 com um excedente orçamental de 6.200 milhões de euros, enquanto o gabinete federal de estatísticas referiu que no conjunto das contas públicas (Administração Central, Estados federados e municípios) o excedente é de 19.200 milhões de euros.

Schäuble apela ao BCE para abrandar estímulos

O ministro alemão aproveitou a sua entrevista com o Süddeutsche Zeitung, que deverá ser publicada esta sexta-feira, para fazer um apelo ao Banco Central Europeu para que abrande o seu programa de estímulos monetários ao longo de 2017.

“O Banco Central Europeu vai ter a dura tarefa de sair desta política monetária ultra-expansionista”, disse o ministro, citado pela Reuters. “Seria presumivelmente correto se o BCE se atrevesse a sair este ano”.

O BCE anunciou em dezembro que prolongaria o programa de compra de dívida pública por pelo menos mais um ano, embora tenha decidido baixar o valor das compras, que eram de 80 mil milhões de euros por mês. Agora, até março o valor vai manter-se mas, de abril a dezembro, vai cair para 60 mil milhões mensais.

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