Lacão defende Sócrates e ataca Cavaco
O ex-ministro do Governo de José Sócrates veio esta sexta-feira a público defender o Executivo de então face às críticas de Cavaco.
O ministro dos Assuntos Parlamentares do Governo de Sócrates, Jorge Lacão, acusa o ex-Presidente da República de querer “vexar o primeiro-ministro” de então. Em causa estão as revelações feitas no livro “Quinta-Feira e Outros Dias”, lançado por Cavaco Silva, e a entrevista que deu à RTP onde o ex-Chefe de Estado culpa José Sócrates pelo resgate. Para Jorge Lacão este momento é uma “devassa de um ex-Presidente da República”, afirma esta sexta-feira ao Público.
São dois os assuntos em que Lacão dá justificações para contrapor a versão dos factos de Cavaco Silva: Orçamento do Estado para 2011 e o pedido de ajuda externa, casos em que esteve envolvido enquanto responsável pelas funções que tinha no Governo em articulação com a Assembleia da República. “Há três pontos em que estive envolvido e estou capacitado para avaliar o grau de fidelidade e lisura com que o tema é tratado”, diz ao jornal diário.
Sobre o pedido de ajuda externa, Jorge Lacão garante que foi ele próprio que consertou o anúncio com Sócrates e o comunicou a Teixeira dos Santos, então ministro das Finanças. “Alguém acreditaria que o ministro dos Assuntos Parlamentares, numa declaração política no Parlamento em nome do Governo, se referisse à disponibilidade deste para poder suscitar a ajuda externa, se para tal não tivesse o aval do primeiro-ministro?”, questiona em declarações ao Público.
Há três pontos em que estive envolvido e estou capacitado para avaliar o grau de fidelidade e lisura com que o tema é tratado.
Sobre o OE2011, Lacão diz que “tornou-se evidente que o Conselho de Estado estava a ser o cenário montado para que Cavaco Silva fosse o protagonista do acordo”. O ex-Presidente acusa Sócrates de dar informação à comunicação social antes de o acordo ter sido atingido. Em resposta, Jorge Lacão refere que Eduardo Catroga e o PSD estavam combinados com Cavaco para que este fosse “o único promotor do entendimento”. “Construir um cenário para, mais uma vez, vexar o primeiro-ministro neste episódio, só pode ser visto como uma manifestação de pura hipocrisia”, afirma, referindo-se à fotografia de Catroga que regista as horas do acordo, contraditório com o que tinha sido público.
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