Adena Friedman: a gerir o Nasdaq como a Millennium Falcon
Em entrevista à Fast Company, Adena Friedman faz um balanço do primeiro semestre à frente do índice tecnológico Nasdaq. E a paixão pela saga Star Wars não ficou de fora.
Adena Friedman tornou-se, em janeiro de 2017, a primeira mulher a gerir um índice de uma bolsa de valores norte-americana. Ao entrar para a posição de presidente executiva do maior índice tecnológico do mundo, o Nasdaq, Friedman decidiu seguir o caminho da criatividade e do “pensar fora da caixa” para conseguir cumprir com as metas que lhe foram propostas. Seis meses depois, falou à Fast Company, numa reportagem que retrata o seu dia-a-dia num mundo que é, tradicionalmente, de homens.
Numa altura em que as forças que puxaram o Nasdaq para a ribalta já não têm tanto vigor, com as ofertas públicas iniciais a escassear, o seu rival NYSE a conseguir arrecadar as maiores entradas em bolsa e as plataformas eletrónicas de negociação a tornarem-se mais comuns, este tem de ficar cada vais mais resiliente e expandir os seus produtos e serviços. “Se não olharmos para daqui a dez anos e não perceber onde é que a indústria estará ou onde quer estar, seremos ultrapassados”, justifica a CEO.
Assim, o índice tecnológico tem apostado em negócios e avanços no próprio campo onde trabalham, a tecnologia. Apresenta agora uma solução de vigilância que deteta comportamentos ilegais e um serviço de análise de informação. Tem dado também alguns passos no desenvolvimento de aplicações compatíveis com os dispositivos mais recentes como a Alexa da Amazon ou os HoloLens da Microsoft.
A última aposta, definitivamente a pensar a longo prazo, foi na área da blockchain, o sistema por detrás da mais badalada moeda virtual do mundo, a bitcoin, criando um registo imutável das negociações.
Mulheres trazem outras mulheres
Adena entrou para a Nasdaq ainda como estudante de MBA e foi subindo de posição durante duas décadas. Saiu em 2011 para ser CFO do Carlysle Group, mas voltou a “casa” em 2014, onde foi acompanhada pelo presidente executivo da altura para depois vir a ocupar o seu lugar. “Se alguém te dá uma oportunidade, tens de a maximizar para que te deem a próxima”, garante a executiva.
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Assim, fez. No tempo em que esteve como estagiária era das primeiras a entrar e das últimas para sair e chegou até a passar o dia do seu aniversário no escritório numa situação de crise interna. “Foi uma daquelas situações em que fiz o que era preciso fazer. Mantinha a minha atitude de ‘estou no princípio da minha carreira, quero que saibam que estou aqui independentemente do que aconteça'”, revela Adena.
Em troca, a empresa garantiu-lhe algumas condições excecionais. Ao contrário do que acontece com outros executivos, Adena vive nos subúrbios de Washington D.C. e viaja quase os dias para Nova Iorque, para a atual sede da Nasdaq. Aí, mantém a sua casa onde vive com o seu marido e os seus dois filhos, Luke e Logan, e onde trabalha remotamente três dias por semana.
Para seguir a linha de solidariedade feminina, a primeira contratação que fez para a sua equipa, quando se tornou CEO, foi Melissa Arnoldi, responsável pelo desenvolvimento tecnológico da AT&T. Adena Friedman também se orgulha da percentagem de vice-presidentes femininas da sua empresa que está nos 21%, em comparação, por exemplo, com os 16% da Goldman Sachs.
Nos tempos livres, é cinturão negro de taekwondo e segue com afinco a saga Star Wars, tentando fazer a conexão entre a fantasia e o que a realidade nos pode trazer. É por aí que tenta levar a sua empresa: com a perseverança do desporto e a criatividade dos filmes.
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