Vai haver mais procura por crédito com spreads a descer

Esta é a visão das cinco instituições bancárias inquiridas pelo Banco de Portugal, com base nos aumentos ligeiros do segundo trimestre. Espera-se que a tendência continue.

Os bancos estão a dar mais crédito. E acreditam que a dinâmica vai continuar no próximo trimestre, tanto junto das empresas como dos particulares, nomeadamente no caso da habitação. Uma expectativa revelada no Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito que tem aumentado a concorrência entre as instituições para concederem o financiamento que se traduz em spreads mais baixos.

“Para o terceiro trimestre de 2017, em termos agregados, apenas uma instituição antecipa um ligeiro aumento da procura de empréstimos por parte de empresas“, refere o inquérito do banco central depois de perguntas aos cinco grupos bancários sobre as perspetivas de concessão de crédito à economia. Ainda assim, acrescenta que “para o mesmo período, três das cinco das instituições inquiridas antecipam um aumento da procura de empréstimos de particulares, tanto no segmento para aquisição de habitação como no segmento para consumo e outros fins”.

Previsões que surgem num contexto de maior competitividade entre os principais bancos nacionais para conquistar quota de mercado no crédito e que motivou, recentemente, uma revisão em baixa do spread no crédito à habitação pelo BCP para 1,25%, igualando o spread oferecido pelo Santander. Em junho, o Banco CTT decidiu reduzir para 1,30% o spread mínimo possível de negociar com o banco.

Isto mesmo foi sinalizado por uma das instituições inquiridas, que indicou que “a pressão exercida pela concorrência entre instituições bancárias e não bancárias, no caso do segmento do crédito ao consumo, contribuiu para a adoção de critérios de concessão de crédito ligeiramente menos restritivos” no último trimestre. Quanto ao segmento dos empréstimos para aquisição de habitação, “o mesmo banco reportou também uma avaliação mais favorável das perspetivas para o mercado de habitação”, salienta o relatório.

Isto depois de um segundo trimestre em que os bancos registaram um aumento geral da procura, segundo o inquérito relevado esta terça-feira pelo Banco de Portugal.

As PMEs destacaram-se, por exemplo, com um aumento ligeiro dos pedidos de empréstimo para investimento. A preferência recaiu sobre os empréstimos a longo prazo. Esta situação foi reportada por uma única instituição. Outra afirma ter aumentado a procura em todos os tipos de empréstimos. Mas as restantes três registam uma estabilização no crédito pedido pelas empresas.

Do lado dos particulares, existem mais discrepâncias nos resultados do inquérito. Duas instituições assistiram a um aumento na procura de créditos à habitação mas também para consumo e outros fins. Outra só reforçou a concessão de crédito nesta última categoria. As restantes notaram mais uma vez estabilidade no comportamento dos clientes. O nível baixo das taxas de juro é visto como uma das principais motivações para esta evolução, assim como um aumento da confiança dos consumidores. A evolução dos preços da habitação também foi mencionado como fator adjuvante por uma instituição.

(Notícia atualizada às 14h24)

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