Angola quer voltar às eurobonds e juntar mais 2 mil milhões

  • Lusa
  • 8 Agosto 2017

Luanda tenciona repetir a emissão feita em 2015 de dívida soberana em moeda estrangeira. Desta vez, a ideia é angariar dois mil milhões de dólares, uma emissão que não estava prevista para 2017.

O Governo angolano pretende repetir a emissão de eurobonds, ou dívida soberana em moeda estrangeira, feita em 2015, agora para captar até 2.000 milhões de dólares no mercado externo.

A informação consta de um despacho assinado pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, de 4 de agosto, a que a Lusa teve hoje acesso, no qual o ministro das Finanças, Archer Mangueira, “é autorizado” a “implementar as medidas que possibilitem a conclusão dos trabalhos conducentes à concretização do financiamento externo” de eurobonds.

O Estado angolano estreou-se na emissão de eurobonds em novembro de 2015, angariando então, no mercado externo, cerca de 1.500 milhões de dólares (1.270 milhões de euros), através de um consórcio de bancos liderado pelo norte-americano Goldman Sachs International e que incluiu ainda o alemão Deutsche Bank e os chineses da ICBC International.

Desta vez, no mesmo despacho, que aprova a “estratégia de emissão de títulos de dívida soberana nos mercados internacionais, sob a forma de eurobonds, com o objetivo de melhorar a composição do stock da dívida externa”, o Governo pretende angariar até 2.000 milhões de dólares (1.695 milhões de euros).

O Plano Anual de Endividamento do Estado angolano para 2017 não previa inicialmente nova emissão de ‘eurobonds’, mas esse planeamento está dependente das condições financeiras, conforme admitiu à Lusa, em janeiro, o então diretor da Unidade de Gestão da Dívida, Osvaldo João. O plano de endividamento para 2017 prevê necessidades brutas de financiamento no mercado na ordem dos 4,667 biliões de kwanzas (23,8 mil milhões de euros), sendo 75% deste total para angariar no mercado interno.

Os juros da primeira emissão angolana de eurobonds foram confirmados em 9,5 por cento, a liquidar aos dias 12 de maio e 12 de novembro de cada ano, a partir de 2016. O interesse dos investidores na primeira emissão do género feita por Angola ultrapassou cinco vezes o montante que o país pretendia colocar. Angola fixou um prazo de dez anos de maturidade – pagamento do montante financiado – para “criar uma forte referência que combinou com a sua preferência por duração, consistente com o uso das receitas para fins de infraestrutura”.

Angola enfrenta uma forte crise económica e financeira, decorrente da quebra das receitas com a exportação de petróleo face à baixa da cotação do barril de crude no mercado internacional.

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