As luzes e as sombras do turismo de Lisboa
Explosão do turismo mistura tuk-tuk e fado com a reabilitação de dezenas de edifícios devolutos e a gentrificação de certas zonas. O desafio é manter o crescimento com mais equilíbrio social.
“Portugal tem uma vocação natural para o turismo mas, há dez anos, quando fazia viagens de vendas nos Estados Unidos para o hotel em Lisboa, era difícil colocar Portugal no mapa, éramos o patinho feio. De há dois anos para cá quando vamos às feiras de turismo porque trabalhamos muito o mercado de incentivos nos Estados Unidos, que é o nosso principal mercado, o Ritz de Lisboa é, dentro da Four Seasons, o hotel com mais marcações e estamos a comparar-nos com destinos como Bora Bora, Maldivas”, diz Guilherme Costa, diretor-geral do Ritz ao Negócios.
Os números mostram um pouco desta onda. Em Portugal, as dormidas atingiram os 59,4 milhões em 2016, mais 9,1% do que no período homólogo, enquanto os hóspedes aumentaram 11,1% ascendendo a 21,3 milhões. Para o aumento das dormidas, os residentes em Portugal contribuíram com uma subida de 7,8% (17,5 milhões de dormidas), superada pelo crescimento de 13,3% no caso dos não residentes (41,9 milhões de dormidas), ao quais viram a sua quota subir de 69,5% em 2015 para 70,6% em 2016. O Algarve manteve-se como o principal destino (32,0% das dormidas totais) secundado pela área metropolitana de Lisboa (24,9%). Os hóspedes em Lisboa atingiram os 2,9 milhões, e 6,6 milhões de dormidas.
Em 2016, os proveitos totais no turismo foram de 3,1 mil milhões de euros, cabendo à área metropolitana de Lisboa 931 milhões de euros, dos quais 790,5 milhões de euros na hotelaria. Segundo os dados do Atlas da Hotelaria 2017, com dados referentes a 2016, a área metropolitana de Lisboa contava com 15% dos 1.945 empreendimentos turísticos existentes em Portugal e 21% das 139.739 unidades de alojamento, entendida como o número de quartos e/ou de apartamentos. A área metropolitana de Lisboa tem uma taxa de ocupação de 72,5%, 13,1 milhões de dormidas e de 5,6 milhões de hóspedes. Mas só a cidade de Lisboa é responsável por quatro milhões de hóspedes, 9,7 milhões de dormidas e uma taxa de ocupação de 76,2%. A cidade de Lisboa é a marca turística mais conhecida internacionalmente tal como o Estoril, a outra marca turística internacional do território.
A novidade do tuk-tuk e o fado sempre novo
Um dos símbolos da nova era do turismo em Lisboa é o tuk-tuk, que, com o seu ruído irritante, as suas cores e decorações, os seus condutores irreverentes e uma condução anárquica relembra à capital dos Descobrimentos quinhentistas as suas aventuras orientais. Devem existir em Portugal mais de 200 empresas habilitadas a operar com tuk-tuk, quando eram apenas duas em 2012 quando ano em que apareceram. Outro velho símbolo de Lisboa que se mantém e que, ao longo do século XXI, se revigorou — fazendo uma ponte entre o passado e o futuro — é o fado. Em 2016, os três discos mais vendidos nas lojas FNAC foram “Moura” da fadista Ana Moura, com mais de 45 mil cópias vendidas, seguindo-se no segundo e terceiro lugares do pódio, “Até Pensei que Fosse Minha” e “Rua da Emenda”, de António Zambujo. Como referia Miguel Azevedo, no Correio da Manhã, em setembro de 2016, “segundo dados da Associação Fonográfica Portuguesa, o fado corresponde hoje a 60% do valor total da exportação da música portuguesa. Hoje existem cerca de 40 casas de fado em Lisboa que dão emprego fixo a quase 250 artistas. As editoras já assinam contratos com fadistas, os festivais oferecem fado (o Caixa Alfama é apenas um exemplo), o ensino da guitarra portuguesa está em expansão, o fado anda nos tops de braço dado com a pop e com o rock, muitas vezes à sua frente”.
A Torre de Belém recebeu, em 2016, quase 700 mil visitantes e, em 2017, começou a limitar a venda de bilhetes nos meses de verão. “Tem pessoas a mais porque é um monumento muito pequeno e, provavelmente, em determinadas alturas, vamos ter de limitar as entradas”, conta Paula Araújo da Silva, responsável da Direção Geral do Património Cultural. Por sua vez, o Mosteiro dos Jerónimos ultrapassou um milhão de visitantes em 2016, o Mosteiro da Batalha — que teve quase 400 mil visitantes em 2016 — deve estar ultrapassar o meio milhão este ano. Nos espaços culturais da DGPC (museus palácios e monumentos num total de 23) houve 3,2 milhões de visitantes em 2011 e, em 2016, 4,7 milhões. Os palácios, museus e parques de Sintra tiveram 2,65 milhões de visitantes em 2016 e, nos primeiros quatro meses de 2017, o número de visitantes cresceu 33%.
Com uma boa localização geográfica magnífica, Lisboa constitui um importante porto de escala para os cruzeiros efetuados entre a Costa Atlântica e a Europa, o Mediterrâneo ocidental e o norte da Europa, as ilhas Atlânticas e o norte de África assim como para as viagens transatlânticas. De acordo com dados da Administração do Porto de Lisboa (APL), até junho foram contabilizados 133 escalas e 192.685 passageiros, contra as 129 escalas e 187.903 passageiros registados no período homólogo de 2016. Segundo a APL, “assiste-se a um aumento do número de navios de cruzeiros a operar no Mediterrâneo e ilhas atlânticas – 166 em 2016 contra os 173 em 2017 – as duas principais áreas de influência do porto de Lisboa”.
Para o segundo semestre do ano, o Porto de Lisboa prevê receber cerca de 211 escalas e 333 mil passageiros. “Assim, e caso as previsões se confirmem, a atividade de cruzeiros no Porto de Lisboa registará, em 2017, um crescimento de 11% ao nível das escalas, e de 1% ao nível dos passageiros, prevendo-se, assim, um total de cerca de 344 escalas e de 526 mil passageiros”, diz a APL.
Em breve, vai contar com um Novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, concessionado ao consórcio que agregou a Global Ports Holding (40%), o grupo Sousa (30%), a Royal Caribbean Cruises (20%) e a Creuers del Port de Barcelona (10%). Este consórcio formou a empresa LCT -Lisbon Cruise Terminals e será composto por dois cais, um com cerca de 1 Km de extensão e outro com 360 metros. Localiza-se perto das estações de metro e comboio de Santa Apolónia e terá capacidade para 1,8 milhões de passageiros por ano, o que corresponde a uma estimativa 900 escalas de navios por ano.
A cidade de Lisboa é, fundamentalmente, um destino de City Breaks, Turismo de Negócios e Cruzeiros, e beneficia de uma imagem de urbe com dimensão humana e a possibilidade de complementaridade entre diversas motivações, atrações e produtos. A marca Estoril, uma das marcas turísticas mais antigas da Europa, é expressiva em produtos como os Short Breaks, o golfe, o produto Turismo de Negócios. Sintra e a Península de Setúbal/Tróia são significativas em termos de golfe, Turismo Residencial, de Sol & Mar e Turismo da Natureza.
Os principais grupos hoteleiros em Lisboa são o Sana Hotéis com 7% (1.901 quartos), VIP Hotels com 6% (1.837), Accor Hotels 6% (1.673), Marriot Hotels & Resorts 5% (1.404 quartos), Continental 3% (968 quartos). No alojamento local, a área metropolitana de Lisboa tem 4% dos 26.151 totais e 101.841 das camas. Na margem sul do Tejo também se preparam para aumentar a oferta hoteleira. Entre investimentos em curso e projetos são quase mil quartos em Almada, Seixal, Alcochete e Montijo nos próximos anos. Na Península de Troia continuam os investimentos e se, em 2005, entre hotéis, aparthotéis, aldeamentos e moradias turísticas ou apartamentos e moradias residenciais, contava com seis mil camas, atualmente são mais de 9.000 mil. Os projetos imobiliários previstos podem levar a superar as 12.000 camas nos próximos anos.
Preços sobem e reabilitação cresce
Mas esta explosão do turismo tem efeitos em todos os aspetos dos negócios e da vida da cidade e da região. Os hotéis sobem os preços. “Depois dos atentados de Nice, Paris, Istambul, o Ritz de Lisboa recebe clientes que estavam habituados a estes destinos mil ou 1.500 euros por um quarto. Hoje temos clientes do George V, também da Four Seasons, que estavam habituados a pagar 1.500 euros e agora pagam 600 ou 700 em Lisboa num hotel em que o serviço é igual. Foi uma oportunidade para aproximar os preços aos dos nossos pares. Claro que, como a maré é alta, todos os barcos sobem”, explicava, ao Negócios Guilherme Costa, diretor-geral do Ritz.
Lisboa vive uma agitação e uma pressão imobiliárias a que já não estava habituada, multiplicam-se os hotéis, tendo aberto 19 em 2015, 14 em 2016, o arrendamento para o turismo e os ícones da economia colaborativa como as plataformas de aluguer de alojamentos, a Airbnb ou a Uniplaces – que tem uma costela portuguesa – tornam-se lugares-comuns. Mas a capital portuguesa só ainda recebeu o ano passado 5,6 milhões de turistas, metade dos que visitam Barcelona. Segundo o Lisbon Residential Brick Index, da consultora imobiliária CBRE, estavam em construção em 2017 mais de 180 edifícios, na sua maioria projetos de reabilitação. “Cerca de 100 deverão ficar concluídos até ao final de 2017, registando um aumento de 89% face ao ano passado e colocando no mercado mais de 1.000 novas frações”. O mercado de alojamentos para turistas tem desencadeado múltiplas operações de reabilitação urbana, especialmente nas zonas históricas.
De acordo com o estudo, a zona que concentra o maior número de edifícios em construção é a da Baixa e Castelo, ultrapassando o Chiado, Bairro Alto e São Paulo, com cerca de 40 projetos em curso. “Acentuou-se igualmente a construção nas Avenidas Novas, Campo de Ourique, Estrela e Lapa, assim como Liberdade e Príncipe Real”, refere a CBRE, estimando que foram concluídos cerca de 53 edifícios de habitação na capital, mais 13 do que em 2015.
“À semelhança do verificado no ano anterior, o número de apartamentos de dimensões reduzidas, isto é, estúdios, T1 ou T2, continua a representar 65% da atual oferta em comercialização, confirmando o claro posicionamento para o investimento no mercado de arrendamento de curta duração, resultante do ‘boom’ turístico a que se tem assistido na cidade”, disse Francisco Sottomayor, diretor de Promoção da CBRE.
Os melhores hostels do mundo
Em janeiro de 2017, o Home Lisbon Hostel, na categoria de tamanho médio, foi considerado o melhor do mundo, distinção atribuída pela Hostelworld, a maior plataforma de reserva deste tipo de alojamentos de todo o mundo. O Home Lisbon Hostel, fundado em 2006 e localizado na zona histórica da capital, conta com uma equipa de 12 pessoas que garante o funcionamento da receção 24 horas por dia e que gere um total de 86 camas.
O Goodmorning Lisbon, na zona dos Restauradores, ficou com o prémio para a melhor atmosfera. O Yes! Hostels, destacado como a melhor cadeia de hostels. Os vencedores dos prémios Hoscars foram apurados depois da análise de um milhão de avaliações e comentários a 33.000 estabelecimentos de todo o mundo. Já em 2015, nos Hoscars Home Lisbon Hostel e o Yes! Lisbon Hostel, foram colocados entre os três melhores hostels da Europa e três – Lost in Lisbon, Lisbon Destination Hostel e Sunset Destination Hostel, foram incluídos nos dez melhores do mundo na categoria Médio Hostel (entre 76 a 150 camas).
Em 2015, existiam 288 hostels em Portugal, 89 dos quais em Lisboa, grande parte deles situados nas freguesias do centro onde a pressão turística e imobiliária é crescente. Ao mesmo tempo, os novos imigrantes que chegam são sobretudo britânicos, espanhóis, alemães, franceses, italianos e holandeses e vêm atraídos por um regime fiscal mais favorável, a que se veio juntar a brasileira — que domina este nos vistos gold com quase 200 pedidos.
Como refere o relatório em 2016, deu-se “a inversão da tendência de decréscimo da população estrangeira residente, que se verificava desde 2010, com um aumento de 2,3% face a 2015, totalizando 397.731 cidadãos estrangeiros titulares de autorização de residência. Confirmou-se, igualmente, o aumento na concessão de novos títulos de residência, o que indicia um retomar da atratividade de Portugal como destino de imigração (acréscimo de 24,0%, totalizando 46.921 novos residentes)”.
A comunidade francesa registou um aumento superior a 33% face a 2015, a italiana (97,0%), a britânica (64,3%) e a alemã (55,0%). Cerca de 82,3% dos cidadãos estrangeiros residentes fazem parte da população potencialmente ativa (327.215), sendo de evidenciar a preponderância do grande grupo etário entre os 20-39 anos (166.375). O SEF associa este crescimento de cidadãos da União Europeia (UE) a residir em Portugal pelo menos em parte ao regime fiscal para residentes não habituais, criado em 2009.
Na reunião de 4 de maio de 2017 da EHHA (European Holiday Home Association) com a Comissão Europeia Portugal é apresentado como case study. “Foi o primeiro país que criou uma regulação a nível nacional para o alojamento local”, explica Eduardo Miranda, presidente da Associação de Alojamento Local. “É verdade que o objetivo inicial da regulamentação não era tão visionário, era simplesmente colocar num saco aquilo que ainda não estava arrumado mas acabou por antecipar uma tendência”.
Em Portugal conseguiu-se “criar uma moldura e uma base para dizer o que é o short term a nível nacional, e isso é importante para o turismo porque permite enquadrá-lo na estratégia do setor”, diz Eduardo Miranda. Na Europa deixou-se esse papel para as cidades e as definições proliferaram. “Isto é mau para o turismo porque não permite que se crie a perceção do produto, não permite o controlo, a vistoria, a fiscalização. Há um grande passo a dar, e não é em termos de legislação, mas de vistoria e fiscalização”, acrescenta.
Em 2016, foram registados 13.000 novos alojamentos locais, mais 50% do que existiam entre 2008 e 2015, mas a maior parte já funcionava. “O alojamento local é um termo nacional e é um saco com uma série de ofertas que antes não estavam enquadradas nem tinham enquadramento legal. Esta diversidade tem adicionado e não substituído. Os hotéis continuam a ter um papel fundamental no alojamento, e o alojamento local veio trazer outro tipo de propostas”, refere Eduardo Miranda. Este crescimento é a massa crítica que permite “o experimentalismo e aparecimento de novas soluções”.
Dois terços do alojamento local não está, nem Lisboa nem no Porto, mas em cidades de média de dimensão.
De facto, do total de registos no RNAL-Registo Nacional do Alojamento Local, a 10 julho 2017 era de 47.200 dos quais 46% no Algarve e 19% em Lisboa.
Como refere a Associação de Alojamento Local de Portugal, em Lisboa o alojamento Local significa 2,4% dos alojamentos do município e apenas 16% dos imóveis. “O alojamento local está praticamente todo localizado em apenas seis das 24 freguesias de Lisboa, onde estão concentrados 83% dos registos. Nas outras 18 freguesias — que representam 78% das habitações da cidade –, o AL é inexpressivo, representa 0,5% das habitações”.
Em Lisboa encontram-se quatro tipos principais de atores do lado da oferta de apartamentos turísticos: Promotores, que constroem edifícios de apartamentos e que os vendem em frações, assegurando a gestão da operação (ex: Coporgest/Lisbon Best Apartments ou Habitat Vitae – Five Stars/Lisbon Downtown Lovers); Proprietários Operadores, que promovem e exploram os seus edifícios de apartamentos (ex: Heritage Apartments ou Lisbonaire Apartments); Operadores, que gerem várias unidades de alojamento que são propriedade de terceiros (ex: Feels Like Home, Lisbon Serviced Apartments, Portugal Exclusive Homes) e ainda múltiplos operadores individuais que gerem os seus próprios apartamentos.
O lado sombrio do turismo
“A cidade é de quem a ocupa”, diziam as letras azuis da faixa branca na fachada em azulejos do prédio devoluto no número 69 da rua Marques da Silva em Arroios, em Lisboa. Ocupado pela Assembleia de Ocupação de Lisboa (AOLX) como protesto contra o avanço da “especulação imobiliária”, tem como objetivo combater o aumento das rendas e do preço das casas que tem empurrado as pessoas para fora da cidade”. O porta-voz do grupo referiu que “a situação é cada vez mais complexa para quem mora em Lisboa, não só para jovens mas para toda a gente”. Corresponde também ao clima que marca a campanha para as autárquicas de 1 de outubro, onde a questão da habitação, a gentrificação, os impactos do turismo na cidade tem sido reconhecida, da esquerda à direita, como a prioridade da cidade.
A pressão do turismo e a implosão social e cultural podem fazer sair os locais para a periferia e desertificar e descaracterizar as cidades. A gentrificação implica a substituição de uma população de determinado espaço urbano por outra população, com maior capacidade financeira e estatuto social superior, e tem consequências sobretudo pela perda de autenticidade dos bairros populares. No entanto, foi a reabilitação promovida pelo turismo que evitou a ruína dos centros urbanos.
Neste pêndulo, os centros urbanos perderam população porque as condições de vida melhoraram em outros territórios, mas hoje colocam-se novos problemas. Segundo Bárbara Coutinho, “esta situação está mudar radicalmente de uma forma muito rápida com um afastamento das pessoas do centro que tem a ver a com a falta de qualificação do espaço público, a mínima qualidade de acessos e de mobilidade”. A situação resulta de uma conjugação de vários fatores, como os efeitos das novas leis de arrendamento e de alojamento local, os vistos Gold são atribuídos a quem faz um investimento forte de criação de emprego ou, em mais de 90% dos casos, a quem investe em Portugal em mais de meio milhão de euros em imobiliário, o regime fiscal que criou uma espécie de offshore para residentes não habituais. “Parece que o turismo é a única solução para os nossos problemas, é a única existência, e estamos a ir tão rapidamente que, quem é local, começa a sentir-se estrangeiro na sua própria terra”, dizia recentemente Bárbara Coutinho, diretora do Mude-Museu do Design.
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