Vieira da Silva: “Eternizar carreira com salário mínimo é um problema sério”

O ministro da Segurança Social e do Trabalho diz que o aumento dos contratos com salário mínimo só grave caso não exista uma evolução positiva dentro das empresas.

No dia em que se soube que o número de portugueses a receber o salário mínimo aumentou 13% na primeira parte do ano, Vieira da Silva afirma que isto “nos deve fazer refletir”. Contudo, se servir “como porta de entrada” e “as pessoas possam ter uma evolução positiva, é menos grave”.

Vieira da Silva considera um progresso que haja “hoje um muito maior consenso sobre a importância do salário mínimo e de ele ter um valor que seja digno“. Acredita contudo que o facto de 40% dos novos contratos serem de salário mínimo “nos deve fazer refletir”.

Quanto a possíveis efeitos nocivos, o ministro comenta: “Se a sociedade portuguesa conseguir promover as relações de trabalho por forma a que essa [contratos com salário mínimo] seja a porta de entrada, mas depois as pessoas possam ter uma evolução positiva, essa entrada é menos grave. Quando as pessoas eternizam uma carreira com o salário mínimo ou valores próximos, aí sim, estamos perante um problema sério”.

Se a sociedade portuguesa conseguir promover as relações de trabalho por forma que essa [contratos com salário mínimo] seja a porta de entrada, mas depois as pessoas possam ter uma evolução positiva, essa entrada é menos grave. Quando as pessoas eternizam uma carreira com o salário mínimo ou valores próximos, aí sim, estamos perante um problema sério.

Vieira da Silva

Ministro da Segurança Social e do Trabalho

Apesar de não revelar os valores, o ministro confirma ainda que o salário mínimo vai aumentar. No programa do Governo está inscrito que o aumento será de 580 euros, em 2018. “O Governo fará uma proposta conforme a lei impõe”, mas relembra que ainda falta a reação dos parceiros sociais. “Sabemos que as estruturas sindicais tenderão a considerar uma proposta escassa, as entidades empregadoras, excessiva, mas vamos trabalhar para que haja um consenso“, assegurou. Por exemplo a UGT pede um aumento do salário mínimo para 585 euros (atualmente está nos 557 euros).

Vieira da Silva refere ainda que o aumento do número de contratos com salário mínimo tem contribuído para a diminuição da diferença salarial entre mulheres e homens. “Sendo certo que há mais mulheres abrangidas por este instrumento de regulamentação, como este tem subido, tem tido um efeito positivo na correção das desigualdades”.

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