Número de famílias em incumprimento volta a cair. Está em novos mínimos

Existiam perto de 551.850 famílias em falha com o pagamento dos seus créditos no final de setembro. São menos 19.300 face ao final de 2016 e o número mais baixo desde o início de 2009.

O número de famílias em situação de incumprimento com créditos atingiu um novo mínimo histórico. Eram cerca de 551,9 mil as famílias em falha com o pagamento dos seus créditos, no final de setembro, mostram dados da Central de responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal revelados nesta terça-feira. Este é o valor mais baixo desde março de 2009, período a que remonta o histórico disponibilizado pela entidade liderada por Carlos Costa.

Nos nove primeiros meses deste ano, 19.300 famílias deixaram de estar em incumprimento com as prestações dos seus empréstimos. Trata-se do número de saídas de incumprimento mais elevado, numa base homóloga, desde o início do histórico do Banco de Portugal que remonta ao início de 2009. Foi o segundo trimestre consecutivo de quebra no número de famílias com prestações em falta.

A quebra coincide com a melhoria da situação económica do país que ajudou muitas famílias a virarem costas ao flagelo do incumprimento. Não só a economia começou a crescer a um ritmo bastante mais acelerado, como o desemprego tem recuado para consecutivos para mínimos, com muitas pessoas a regressarem ao mercado do trabalho e assim conseguirem cumprir com os seus compromissos financeiros.

Evolução do número de devedores em incumprimento

De acordo com os últimos dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), nesta terça-feira, o PIB português cresceu 2,5% no terceiro trimestre deste ano, revelando um ligeiro abrandamento face à variação homóloga verificada no segundo trimestre (3%), mas ainda assim bastante acima dos níveis de crescimento registados nos últimos anos.

Simultaneamente, o desemprego tem vindo a cair, estando atualmente na fasquia mais baixa dos últimos nove anos. De acordo com dados do INE, a taxa de desemprego caiu para 8,5% no terceiro trimestre deste ano, uma tendência de melhoria que se observa desde 2013, sendo que seria necessário recuar até ao final de 2008 para encontrar um valor mais baixo.

Menos incumprimento, mais crédito

Essa diminuição do número de situações de incumprimento acontece num período em que a nova concessão de crédito também está a recuperar, com as famílias a revelarem-se mais confiantes em relação à sua situação financeira bem como da saúde económica do país. Isto é particularmente verdade no que respeita ao crédito à habitação.

Esta finalidade tem sido o principal motor da recuperação dos níveis de concessão de crédito no país. Os dados do Banco de Portugal indicam que este ano, até setembro, as famílias portuguesas foram buscar à banca perto de seis mil milhões de euros para aplicar na compra de casa. Ou seja, um montante superior em 43% face ao registado no mesmo período do ano passado.

Neste segmento de crédito, o número de devedores que deixaram de estar em incumprimento também baixaram para um novo mínimo do histórico do Banco de Portugal. No final de setembro existiam 116.540 devedores com crédito à habitação nesta situação. Ou seja, menos 7.430 situações de incumprimento face ao mesmo período de 2016.

Já no crédito ao consumo, cujos níveis de concessão também têm vindo a crescer, o número de situações de incumprimento também encolheu. No final de setembro, existiam 495.710 agregados estavam em incumprimento. Isto é, menos 18 mil situações do que em igual período do ano passado.

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