Nesta era digital já “não há hora de fecho” para o Barclays

Os 25 milhões de clientes do banco londrino têm cada vez mais "apetite pela tecnologia". E com a banca digital, já “não há hora de fecho" para o Barclays.

Os clientes do Barclays estão cada vez mais interessados na banca digital. É uma tendência no setor financeiro, que faz com que não haja “hora de fecho” para as instituições.D.R.

A evolução tecnológica desencadeou mudanças profundas no funcionamento do setor financeiro, tanto do ponto de vista do cliente como do operador. É uma oportunidade que o Barclays não quer deixar escapar, à semelhança de outras instituições financeiras. Por isso, o “apetite” dos clientes do banco londrino está a fazer com que os responsáveis olhem para a transformação digital de uma “forma diferente”.

Com sede em Londres e uma “grande presença” no segmento de retalho no Reino Unido, o Barclays nota um cada vez maior “apetite pela tecnologia” por parte dos cerca de 25 milhões de clientes com que conta. E cerca de nove milhões já acedem ao home banking “várias vezes por dia”, revelou Justin Sifferman, chefe de redes do Barclays em Londres e diretor de operações no grupo na Lituânia, que falou num encontro com jornalistas por ocasião do Cisco Live, a conferência anual da Cisco que está a decorrer em Barcelona.

Assim, já “não há hora de fecho para o banco”, acrescentou o gestor. “O nosso CEO [Jes Staley] já diz que nem somos um banco. Somos uma tecnológica”, reiterou. Desta forma, segundo Justin Sifferman, as instituições bancárias deixaram de ser um back office para serem, agora, o front office: “Tudo tem de estar mais seguro”, reconheceu, admitindo que nos dias de hoje a “pressão regulatória” é bem maior.

A Cisco Systems é um dos parceiros que está a trabalhar com o Barclays na digitalização das operações. As duas empresas estão a desenvolver tecnologia em conjunto para garantir maior segurança das infraestruturas tecnológicas do banco. A Cisco está esta semana a promover um evento em Barcelona, onde se esperam 10.000 a 15.000 pessoas numa conferência tecnológica, de acordo com fontes ligadas à empresa.

A empresa, liderada por Chuck Robbins, quer passar a mensagem de que, apesar de todos já termos dispositivos móveis e os mais diversos aparelhos ligados à internet, há um “denominador comum” que é a rede. Ora, a rede é o foco das operações da Cisco ao longo de várias décadas. “A rede nunca foi tão importante. E nunca houve tanta pressão sobre ela”, admitiu um responsável da empresa, num encontro com jornalistas esta segunda-feira.

No encontro, Edwin Palvaast, presidente da Cisco para a Europa, Médio Oriente, África e Rússia, usou a metáfora de “um castelo” para explicar as condições em que muitas redes ainda se encontram nos dias de hoje. O gestor disse que muitas das ameaças que existem atualmente conseguem propagar-se para “dentro do castelo” porque, ao assumir-se que “nada consegue entrar no castelo”, muitos ainda pensam que não é preciso proteger o que está do lado de lá das muralhas. “Já não há castelos. É preciso proteger em todo o lado”, alertou.

À margem do evento, Edwin Palvaast, em exclusivo ao ECO, não descartou a hipótese de a Cisco vir a realizar novos investimentos em Portugal, numa altura em que a Google e a Amazon se preparam para criar pólos tecnológicos no país. Sem especificar, Palvaast referiu que uma eventual expansão no país “depende” dos resultados que a empresa tiver. A Cisco já está presente em Portugal há vários anos e é liderada no país por Sofia Tenreiro.

O ECO viajou para Barcelona a convite da Cisco Portugal.

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