Giuseppe Conte desiste de formar governo em Itália. Escolha de um eurocético para as Finanças chocou Mattarella
Coloca-se o cenário de novas eleições em Itália. A escolha de um eurocético para a pasta das Finanças não agradou ao presidente Sergio Mattarella.
Coloca-se o cenário de novas eleições em Itália. A escolha de um eurocético para a pasta das Finanças não agradou ao presidente Sergio Mattarella. Foi na passada quarta-feira que o presidente de Itália, Sergio Mattarella, encarregou Giuseppe Conte de formar Governo, como propuseram os líderes da Liga (nacionalista) e do Movimento 5 Estrelas (antissistema). Só que, entretanto, segundo as agências internacionais, o professor universitário Giuseppe Conte desistiu de formar um Governo populista.
Conte, de 53 anos, é professor de direito e não tem nenhuma experiência politica. Revelou aos jornalista este domingo que resolveu devolver o mandato de formar “um governo de mudança”. Citado pela agência Bloomberg, afirmou ainda que tudo fez “para tentar cumprir essa tarefa”.
De acordo com a imprensa italiana, o presidente Sergio Mattarella terá rejeitado a candidatura do economista Paolo Savona para o cargo de ministro das Finanças. O problema é que Savona, de 81 anos, tem um discurso antieuropeu e repetidamente já disse que Itália deveria preparar um plano para sair do euro, criticando ainda o papel de predomínio da Alemanha em relação ao projeto europeu.
Concordei com todos os ministros, exceto com o ministro das Finanças. Pedi [a Giuseppe Conte] uma personalidade que não significaria o risco de sair do euro.
No Palácio presidencial em Roma, Mattarella disse aos jornalistas: “Concordei com todos os ministros, exceto com o ministro das Finanças”. Acrescentou ainda: “Pedi [a Giuseppe Conte] uma personalidade que não significaria o risco de sair do euro”.
“Agora, algumas forças políticas estão a pedir que eu convoque eleições. Vou tomar a minha decisão com base na evolução da situação no Parlamento”, anunciou o presidente italiano. É o caso de Matteo Salvini da Liga que já colocou um post no Facebook em que assume que “a palavra deverá ser devolvida” aos italianos.
O Governo que estava a ser planeado por Luigi Di Maio do 5 Estrelas e Matteo Salvini da Liga, assumidamente com uma política anti-imigração, assustou a União Europeia e os mercados.
“A Comissão Europeia, por princípio, não se mete na política nacional dos respetivos países. Mas, para nós é importante que o novo governo italiano mantenha a mesma direção no sentido de uma política orçamental responsável”, afirmou esta semana o vice-presidente da comissão, responsável pelo euro, Valdis Dombrovskis, em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt.
A possibilidade de Itália ter um governo avesso ao Euro levou, na sexta-feira, os juros italianos a subirem, tendo o spread (diferencial) face aos juros da Alemanha atingido um máximo de 2014.
(Notícia atualizada às 20h13 com mais informação)
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