Críticas à “frente de esquerda” marcam apresentação da moção de Santana no congresso do Aliança

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2019

Ao contrário do esperado, a moção de estratégia não foi apresentada por Santana Lopes, mas pelos membros da Comissão Instaladora da Aliança, que deixaram duras críticas ao Governo.

O presidente do Aliança, Pedro Santana Lopes, durante a sessão de abertura do 1.º Congresso do Aliança, em Évora.António Cotrim/Lusa 09 fevereiro, 2019

A moção de estratégia global cujo primeiro subscritor é o líder da aliança, Pedro Santana Lopes, foi este sábado apresentada ao primeiro congresso do partido como “uma alternativa patriótica”, e com duras críticas ao Governo de António Costa.

Ao contrário do esperado, o documento não foi apresentado por Santana Lopes, mas pelos membros da Comissão Instaladora do partido Bruno Ferreira da Costa e Ana Pedrosa Augusto, que é também porta-voz da Aliança.

Ao longo da apresentação a duas vozes, de meia-hora, não faltaram críticas à “frente de esquerda” e a António Costa, querendo o partido afirmar-se como “uma alternativa de Governo” após as próximas eleições legislativas.

Na opinião dos dirigentes, “Portugal não pode continuar subjugado a este Governo da frente de esquerda, e isso é um caminho claro”, e por isso este “é um momento de libertação de uma agenda ideológica de destruição” da história e do património do país.

“Tudo faremos para constituir uma verdadeira alternativa patriótica que substitua a frente de esquerda, estamos aqui para governar”, disse aos delegados Ana Pedrosa Augusto, acrescentando que “este é o momento em que a Aliança assume as suas responsabilidades”.

Numa apresentação em que os dois membros da Comissão Instaladora falavam alternadamente, Bruno Ferreira da Costa considerou que o partido é uma alternativa “de confiança, credível e responsável”, e é assim que se posiciona “no sistema político e eleitoral”.

Considerando que a “necessidade de um novo partido está à vista”, Bruno Ferreira da Costa salientou que a Aliança é “um partido de gente comum, sem vedetismos, sem procura de qualquer visibilidade”.

"Tudo faremos para constituir uma verdadeira alternativa patriótica que substitua a frente de esquerda, estamos aqui para governar.”

Ana Pedrosa Augusto

Membros da Comissão Instaladora da Aliança

Entre as críticas, Bruno Costa salientou que “esta frente de esquerda dispôs de condições únicas para fazer mais e melhor”, apontando que “era obrigatório, era urgente estar a crescer acima dos 3%, e o Governo falhou redondamente”.

Apontando que Portugal está “bem longe da média europeia” a nível de competitividade, o dirigente considerou existir um só caminho possível – “crescimento, crescimento, crescimento”.

O país “não pode continuar a ser ultrapassado pelos nossos congéneres europeus”, defendeu, apelando a uma “política fiscal estável e competitiva” para as empresas, através da redução do IRC.

Lado a lado, Ana Pedrosa Augusto e Bruno Ferreira da Costa acusaram também o Governo de fazer uma “gestão ineficiente” das contribuições dos cidadãos, referindo que Portugal tem “de deixar de viver nesta asfixia”, dado que o Estado “não pode viver à custa das famílias”.

Numa referência ao duelo entre Governo e enfermeiros devido às greves do setor, estes congressistas assinalaram que nunca se assistiu “a uma guerra tão evidente” entre o Ministério da Saúde e quem trabalha nos hospitais. O partido rejeitou ainda as “políticas de cativações” na saúde.

"Esta frente de esquerda dispôs de condições únicas para fazer mais e melhor. Era obrigatório, era urgente estar a crescer acima dos 3%, e o Governo falhou redondamente.”

Bruno Ferreira

Membro da Comissão Instaladora da Aliança

As palmas chegaram em força quando Ana Pedrosa Augusto afirmou que a “corrupção é um dos maiores entraves à democracia” e prometeu um “combate sem tréguas à corrupção que ainda existe em Portugal”, para que Portugal seja “um exemplo de transparência e ética”.

Bruno Ferreira da Costa aproveitou ainda para vincar que a Aliança é contra os manuais gratuitos para todo e a isenção das propinas. “Somos a favor do estado social, das sociedades solidárias, o Estado tem obrigação de ajudar quem realmente precisa”, disse.

Com Paulo Sande presente na sala, os dirigentes salientaram que a Aliança conta com “o candidato mais bem preparado para as eleições” europeias.

Num ano em que se disputam mais duas eleições – regionais na Madeira e legislativas – foi também ouvido que o partido “não receia” apresentar “listas próprias a todos os atos eleitorais”.

“Queremos conhecer o nosso peso eleitoral, queremos apresentar as nossas propostas”, foi indicado.

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