Conselho Metropolitano do Porto quer reunir com TdC devido às dificuldades nos vistos
Autarcas temem não conseguir aproveitar os fundos comunitários devido às dificuldades na obtenção de vistos do Tribunal de Contas.
O presidente do Conselho Metropolitano do Porto (CmP) vai solicitar uma reunião com o presidente do Tribunal de Contas (TdC), a pedido dos autarcas que temem não conseguir aproveitar os fundos comunitários devido às dificuldades na obtenção dos vistos.
O compromisso foi assumido esta sexta-feira na reunião do CmP, depois de o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, ter sugerido uma tomada de posição pública da área metropolitana face às “dificuldades” que os autarcas têm vindo a sentir para aplicar os fundos disponíveis.
Aires Pereira que, sublinha, não quer pôr em causa a idoneidade do Tribunal de Contas, considera que as dificuldades criadas com a obtenção do visto somadas aos problemas inerentes da contratação pública, podem pôr em causa a própria execução do quadro comunitário, penalizando os autarcas, em última instância.
Também o presidente do CmP, Eduardo Vítor Rodrigues, que já tinha alertado em outras reuniões do CmP para o risco do não aproveitamento dos fundos disponíveis, considera que os valores em causa deviam ser revistos, sob pena de haver um volume de dinheiro grande em overbooking.
“Até sobre a localização de pavilhão já me questionaram. Já estamos no patamar da apreciação do mérito político [da proposta], e não meramente técnico. Pediremos [em junho] uma reunião ao presidente do Tribunal de Contas. Não é apenas uma dificuldade municipal, mas também metropolitana com a transferência de competências”, disse.
O autarca reconheceu, contudo, que, neste momento, o TdC “está com um problema de volume processual acima do normal”, cuja responsabilidade é partilhada com o legislador. “Estamos atolados de burocracia”, defendeu.
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O presidente do CmP já tinha alertado, em dezembro, para o risco de se gerar “um volume brutal de dinheiro em overbooking“, pelo que, à data, foi solicitada uma reunião o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, à época Pedro Marques, no sentido de encontrar soluções que ajudem as resolver estes constrangimentos.
“Não queremos que nos venham acusar de não termos sido capazes de gastar o dinheiro e ainda assim termos andado a exigir mais dinheiro no âmbito da reprogramação”, afirmava, à data, Eduardo Vítor Rodrigues.
Não queremos que nos venham acusar de não termos sido capazes de gastar o dinheiro e ainda assim termos andado a exigir mais dinheiro no âmbito da reprogramação.
O ‘overbooking’ é normalmente usado para garantir que todo o dinheiro disponível é aplicado.
Segundo aquele responsável, os autarcas da região norte estavam muito preocupados com a execução dos fundos comunitários cujo taxa de utilização era, à data, “se não de um dígito, de dois dígitos, mas em que o primeiro dígito é o número um”, isto, num momento, em que tecnicamente faltam dois anos para o final do quadro.
Segundo o Governo, a reprogramação do Portugal 2020 permitiu redistribuir 2,4 mil milhões de euros em fundos da União Europeia, num total de investimento alavancado de 7,3 mil milhões de euros.
A transferência de fundos europeus dirige-se sobretudo ao território (infraestruturas de saúde, educação, reabilitação urbana, mobilidade), com 1,3 mil milhões de euros de investimento, à qualificação (formação de adultos, ensino profissional), com mil milhões de euros de investimento, e às empresas, com cinco mil milhões de euros de investimento.
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