Pedro Nuno Santos convoca repesentantes do Estado na TAP para reunião urgente

Pedro Nuno Santos quer saber o que foi discutido na reunião de conselho da TAP desta quinta-feira por causa da atribuição de prémios a quadros superiores no ano de 118 milhões de prejuízos.

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, convocou os representantes do Estado no conselho de administração da TAP para uma reunião com caráter de urgência, já esta sexta-feira, apurou o ECO. Depois da reunião da administração desta quinta-feira, em que o chairman da companhia, Miguel Frasquilho, pediu explicações à comissão executiva por causa da atribuição de prémios de desempenho no ano de 118 milhões de euros de prejuízos, agora é o ministro a convocar aqueles administradores para saber, em direto, quais foram as explicações dadas por Antonoaldo das Neves.

Na manhã desta quinta-feira, o ministro que representa os interesses do Estado na TAP emitiu um comunicado duro para a comissão executiva, indicada pelo acionista privado Atlantic Gateway. Pedro Nuno Santos acusou a gestão da TAP de “desrespeito dos deveres de colaboração institucional” ao não terem comunicado aos representantes do Estado a intenção de pagar um conjunto de prémios a “um grupo restrito de trabalhadores”. A tutela aponta mesmo não concordar com esta política, “não se revendo na conduta da Comissão Executiva”.

Na sequência deste comunicado, Miguel Frasquilho, indicado pelo acionista Estado, que tem 50% do capital, para pedir explicações à gestão executiva. A reunião foi longa, e tensa. Antonoaldo Neves já saberia que o Estado não aprovaria a atribuição de prémios num ano de prejuízos elevados, e inesperados. E por isso não terá dado conhecimento ao Conselho de Administração desta decisão.

“O Governo e os representantes do Estado no Conselho de Administração da TAP tomaram conhecimento desta decisão, já consumada com o processamento dos salários referentes ao mês de maio, pelos órgãos de comunicação social”, prossegue o comunicado do ministro. Um tipo de comportamento, acusa, que “constitui uma quebra da relação de confiança entre a Comissão Executiva e o maior acionista da TAP, o Estado português”.

A polémica em relação aos prémios pagos pela TAP a um conjunto selecionado de colaboradores “rebentou” com uma notícia da agência Lusa dando conta que a administração da transportadora avançou com o pagamento de 1,171 milhões de euros em bónus a 180 trabalhadores. Há prémios de 110 mil euros, havendo depois outro de 88 mil, um de 49 e outro de 42 mil. Os restantes valores são todos iguais ou inferiores a 30 mil euros.

Entre as quase duas centenas de funcionarem há dois quadros de topo. De acordo com o i (link indisponível), um desses quadros é Abílio Martins, ex-Portugal Telecom no tempo de Zeinal Bava, que recebeu um dos prémios de 110 mil euros. Já Stéphanie Silva, diretora jurídica e mulher de Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, recebeu um cheque de 17.800 euros.

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