De Horta Osório e Rui Nabeiro a Carlos Silva, as reações à morte de Alexandre Soares dos Santos

  • ECO e Lusa
  • 17 Agosto 2019

Empresários, gestores, sindicalistas e amigos, todos lamentam o desaparecimento de Alexandre Soares dos Santos.

As reações à morte de Alexandre Soares dos Santos, que faleceu esta sexta-feira aos 84 anos, chegam de todos os quadrantes da sociedade, da economia à política, do movimento associativo ao sindicalismo. Marcelo Rebelo de Sousa, Cavaco Silva, Rui Nabeiro, António Horta Osório e Carlos Silva, são apenas alguns nomes dos que lamentam o falecimento do homem que criou um dos maiores grupos empresariais portugueses.

António Horta Osório, presidente do Lloyds Bank, começa por destacar a “visão estratégica e sentido de responsabilidade notáveis” de Alexandre Soares dos Santos, lembrando que o gestor aliou o sucesso empresarial a uma “forte vontade de contribuir para o desenvolvimento do país”.

“Alexandre Soares dos Santos foi um empresário com uma visão estratégica e sentido de responsabilidade notáveis na maneira como conduziu os negócios da sua família ao longo dos últimos 50 anos”, considerou o ‘CEO’ do Lloyds Bank, que é também administrador não executivo da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, holding da família.

“Possuindo um enorme sentido de família, soube preservar a unidade e controlo familiar do grupo, em simultâneo com o profissionalismo das respetivas administrações e equipas de gestão”, disse.

"É o caminho de todos, é certo, mas há homens, que, dada a sua atitude, deveriam permanecer mais tempo entre nós.”

Rui Nabeiro

Presidente do grupo Nabeiro

Rui Nabeiro, o presidente do Grupo Nabeiro, deixa uma nota mais pessoal e fala de “muita tristeza” pelo amigo Alexandre. “É com muita tristeza que se vê desaparecer um grande homem, grande empresário. É um momento de reflexão”, disse em declarações à agência Lusa, lembrando que os unia não apenas uma relação profissional, mas também pessoal.

“Eu conhecia-o bem, éramos amigos, e era meu cliente. Havia muita consideração de parte a parte. Sinto muita tristeza. É o caminho de todos, é certo, mas há homens, que, dada a sua atitude, deveriam permanecer mais tempo entre nós”, comentou.

Para Rui Nabeiro, o antigo presidente da Jerónimo Martins “é quase um caso único, no trabalho de retalho e de representação muito digno. Um homem com força, vontade e capacidade”.

“Um homem acutilante, assertivo e por vezes polémico”

Do lado associativo, José Eduardo Carvalho, presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP) lamenta a morte do “grande empresário” Alexandre Soares dos Santos, destacando a “forma acutilante e corajosa” das suas intervenções na reflexão e discussão pública, considerando que Soares dos Santos “é uma das maiores referências do empresariado português e um dos maiores investidores e empregadores da economia nacional”.

“Além de ter constituído o maior grupo empresarial português, distinguiu-se pela forma acutilante e corajosa como intervinha na reflexão e discussão da política económica e social do país”, acrescenta uma nota assinada pelo presidente da AIP.

Já para António Saraiva, presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, o falecimento do empresário é “uma grande perda para o país, embora já fosse esperado, devido à doença prolongada”.

Para o presidente da CIP, Alexandre Soares dos Santos “toda a vida pautou as suas atitudes por rigor e exigência na vida privada e empresarial, que fizeram com que a empresa familiar que liderava se transformasse num grande grupo que hoje é a Jerónimo Martins, com preocupações sociais, e obra social e cultural vasta”.

Recorda-o ainda como “um homem acutilante, assertivo e por vezes polémico, mas interessado pelo seu país, e que nos deixa mais pobres”.

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), da qual a Jerónimo Martins é membro, destaca o “contributo decisivo para a modernização do setor” e da “atividade empresarial” nacional de Alexandre Soares dos Santos.

Sublinhando que Soares dos Santos deixou um “legado que vai além das empresas”, a APED fala de uma “personalidade incontornável na distribuição em Portugal, teve um contributo decisivo para a modernização não só do setor, mas também da atividade empresarial no nosso país”.

A associação recorda ainda o empresário como um “cidadão socialmente empenhado”, que deixa “um legado que vai além das empresas, como provam as diversas iniciativas que lançou para mobilizar a sociedade civil”.

Ressalvando não ter uma relação próxima com o empresário, o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, lamentou este sábado a morte de Soares dos Santos, reconhecendo o seu mérito profissional: “Foi um empresário que criou muitos postos de trabalho e uma relação de proximidade com aqueles a quem dava emprego”, disse. Já Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, apenas apresentou condolência à família do empresário, escusando-se a mais comentários.

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) lembra Alexandre Soares dos Santos como “uma personalidade polémica”. João Vieira Lopes referiu também que a Jerónimo Martins foi “o único grupo português [que teve] uma internacionalização efetiva na área alimentar, em particular na Polónia e na Colômbia”. “Penso que isso são questões marcantes e importantes para a evolução do comércio em Portugal”, afirmou.

Por fim, a Associação Empresarial de Portugal (AEP) falou de “um dos maiores empresários portugueses das últimas décadas”, sendo uma “referência incontornável” para os empreendedores. A AEP realça também o contributo de Alexandre Soares dos Santos na vida social e cultural portuguesa, através do trabalho desenvolvido na Fundação Francisco Manuel dos Santos.

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