BCE prepara megapacote de estímulo no euro e compensação aos bancos

Autoridades em Frankfurt estão a pensar numa mega plano de estímulos para impulsionar economia. Inclui corte de juros, compensar bancos pelas taxas negativas e um novo programa de compra de ativos.

Vem aí um mega plano de estímulos do Banco Central Europeu (BCE), naquele se parece ser o derradeiro esforço das autoridades monetárias europeias para impulsionar a economia, que dá cada vez mais sinais de travagem a fundo, e reforçar a inflação na Zona Euro.

De acordo com a Reuters, os responsáveis do BCE estão cada vez mais inclinados a aplicar um plano de estímulos que inclui um corte da taxa de juro, o reforço do compromisso de que os juros se vão manter em mínimos históricos durante muito tempo e ainda uma compensação aos bancos devido aos efeitos colaterais dos juros negativos.

Cinco fontes próximas das discussões em Frankfurt adiantaram à agência financeira que há ainda quem esteja a favor de acionar um novo programa de compra ativos mais reforçado, uma medida que tem, no entanto, a oposição de alguns Estados membros do Norte.

As mesmas fontes referiram que ainda não há decisões, salientando que as discussões continuam em curso. Num primeiro momento, nos mercados fez-se sentir o efeito destas potenciais medidas, com o setor financeiro a recuperar das perdas. Registaram-se ganhos nos bancos europeus que permitiram às bolsas do Velho Continente recuperarem fôlego durante algum tempo. No entanto, com dados económicos negativos nos EUA, este efeito desapareceu.

Ao mesmo tempo, no mercado de dívida os juros dos soberanos do euro acentuam a queda, ficando ainda mais negativos em vários países, especialmente na Alemanha.

O conselho de governadores do BCE prepara-se para reunir na próxima semana, no dia 12 de setembro, e decisões sobre o rumo a dar à política monetária deverão ser anunciadas após este encontro, deixando os mercados na expectativa sobre a dimensão e composição deste plano de estímulos, lembra a agência Reuters. Ainda assim, as mesmas fontes referiram que não fará sentido ao BCE anunciar as medidas ao longo de várias reuniões, isto apesar de sublinharem que o banco central também deve deixar algumas ferramentas aos dispor de Christine Lagarde, que vai ocupar a posição de presidente do BCE após a saída de Draghi no início de novembro.

Várias fontes afirmaram ainda à agência que as propostas finais só deverão ser apresentadas aos decisores de política monetária apenas na semana da reunião, como passou a ser habitual antes de grandes decisões.

Sobre o programa de compra de ativos, embora seja uma medida controversa, três fontes revelaram que o BCE ainda tem margem de manobra para comprar obrigações durante um ano usando o atual quadro regulatório, não sendo necessário mudar a regra de elegibilidade do BCE de não deter mais de um terço das obrigações dos países. Embora o programa de compra de ativos tenha a dívida pública como referência, não se descarta que ativos do setor privado venham a ser incluídos.

Em relação ao corte de juros, a Reuters diz que qualquer redução nas taxas deverá ser acompanhada de uma taxa de depósito em vários escalões, que isentaria os bancos de algumas das taxas punitivas do BCE pela manutenção de depósitos overnight.

(Notícia atualizada às 15h47)

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