Robôs e humanos, juntos no Web Summit

Gasparzinho, Alfred, Promobot, Sophia, Philip e Spot. Estes foram os robôs que "andaram" entre os humanos no Web Summit 2019. O ECO foi conhecê-los.

O que é um robô? Uma máquina ou autómato de aspeto humano, capaz de se movimentar e de agir. Um mecanismo comandado por controlo automático. Um mecanismo automático que efetua operações repetitivas. Aos dias de hoje, estas definições que aparecem nos motores de busca na internet são, na verdade, um pouco redutoras e datadas. Os exemplares que “andaram” pelo Web Summit provam isso mesmo.

O Gasparzinho, um robô da ID Mind construído no Instituto Superior Técnico, é utilizado como objeto de investigação. É um robô autónomo com o propósito de funcionar num ambiente doméstico e usado especialmente como auxílio a pessoas idosas ou com pouca mobilidade. É capaz de realizar pequenas tarefas como ir buscar objetos e até identificar pessoas através de um sistema de reconhecimento facial e por enquanto, só percebe inglês. No Web Summit encontrámo-lo a “vaguear” no pavilhão três da FIL quando despertava a curiosidade de uma criança…e não só.

Noutro pavilhão, mais um par de robôs roubava a atenção dos participantes. Batizados com o nome de Alfred, os dois “braços” robotizados equipados com um conjunto de câmaras e sensores de movimento serviam frutos secos, cereais e M&M’s com uma precisão notável a quem por ali passava. Nos EUA, o Alfred já está a ser usado numa geladaria e num restaurante de saladas onde quatro robôs conseguem fazer 200 saladas por hora. Em Lisboa não conseguimos apurar quantos sacos de frutos secos foram servidos mas as filas não duravam muito tempo.

“Don’t be afraid of the robot! Come closer”, diz-nos…um robô. Da Rússia chegou o Promobot. O nome é de fábrica mas pode ser batizado com outro escolhido pelo seu utilizador ou proprietário. Já existem cerca de 500 robôs como o Promobot em 35 países de todo o mundo. As utilizações são diversas. Num aeroporto, consegue reconhecer um passaporte e emitir o cartão de embarque para uma viagem, num supermercado é capaz de indicar a localização dos produtos e, num museu, pode servir de guia e “falar” sobre os obras em exposição. No Web Summit dizem-nos que as suas capacidades como dançarino não eram más. Quando questionado sobre se podemos tirar uma fotografia com ele, responde com humor “uma fotografia comigo são cinco mil dólares”.

Entretanto, no palco principal situado na Altice Arena, Sophia, que dispensa apresentações, faz nova aparição no Web Summit. “A” robô humanoide (se é que se pode definir o género de um robô) é talvez uma das mais evoluídas do mundo. David Hanson, o “pai” de Sophia, chega mesmo a dizer que as máquinas poderão vir a ter uma consciência capaz de desenvolver uma espécie de criação de personalidade própria. Este ano, Sophia apresenta uma voz e uma aparência humana mais afinada. Também os braços são novos, capazes de efetuar movimentos mais precisos e naturais.

Mas Sophia não esteve sozinha em palco. Os seus criadores trouxeram pela primeira vez a Lisboa Philip K. Dick, o robô que pediu o nome emprestado ao escritor norte-americano de ficção científica e que é considerado o irmão mais velho de Sophia. Apesar de ser mais velho, Philip não é tão evoluído como a sua irmã e até as suas capacidades motoras são mais limitadas, pois os braços não têm capacidade de movimentação.

No último dia do Web Summit, Spot, uma espécie de cão robô da Boston Dynamics, foi um dos destaques no palco principal e quase roubou a atenção a Marcelo Rebelo de Sousa. Spot passeou entre o público pelo corredor central da Altice Arena e subiu ao palco sozinho com uma agilidade muito próxima de um canino de carne e osso.

Ao contrário dos robôs mais convencionais, os criadores do Spot apostam mais no desenvolvimento da capacidade física do que cognitiva, o que faz com o seu equilíbrio e a capacidade de ultrapassar obstáculos arranque expressões de espanto na plateia do Web Summit. As suas capacidades atléticas até já se tornaram virais em plataformas como o Youtube.

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