Futuro dos seguradoras? Deloitte aponta quatro alternativas

  • ECO Seguros
  • 21 Novembro 2019

É imperativo as seguradoras decidirem a forma de participar no mercado e os quatro caminhos possíveis foram revelados em Lisboa, no Congresso Digital da APDC, por Mukul Ahuja, partner da Deloitte.

Na sua introdução ao painel “The Future of Insurance”, realizado durante o 29º Digital Business Congress, realizado em Lisboa pela APDC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, Mukul Ahuja, partner da consultora Deloitte, exemplificou, designando empresas, os quatro caminhos que vê para as companhias se posicionarem no futuro do negócio dos seguros.

Para Ahuja um caminho é tornar-se uma costumer platform, plataforma para consumidores gerando valor ao facilitar o diálogo entre oferta e procura numa rede aberta de muitos para muitos, como faz a Swiss Re e a Ping An. Uma segunda via é a seguradora como utility provider, construindo capacidades liderantes para ser partilhada com outras instituições, servindo como exemplo a AON, a Grounspeed e a Travelers. Ser campeã de um produto também pode ser uma solução, ou seja, fazer como a Allstate, ser especializada em fornecer o melhor produto do segmento a um preço excecional. Por último, Ahuja descreve um quarto posicionamento possível, a seguradora como segment owner, que fornece serviços financeiros do princípio ao fim da linha, para distintos segmentos de clientes, citando como exemplos desse caminho a AXA e a Thimble.

Após a abertura iniciou-se um painel de perguntas e respostas com a Manuel Maria Correia, general Manager da tecnológica DXC a inquirir o Vice-presidente da Fidelidade, Rogério Campos Henriques. Para este gestor “deixou de existir uma agenda digital na empresa, porque o digital está em todo o lado, passou a existir uma agenda de transformação da empresa”, salientando que hoje em dia as ofertas disruptivas da Fidelidade nem sempre vêm dos seguros. Campos Henriques exemplificou dizendo que hoje em dia cerca de 25% dos casos relativos a seguros de saúde são tratados através do canal Medicina Online e 50% das faturas apresentadas pelos segurados chegam por fotografias por eles enviadas e reembolsadas apenas com esse suporte. O Vice-presidente concluiu afirmando que a tecnologia “é o nosso pão com manteiga e por isso tem de funcionar”.

Num momento seguinte foi na vez de Miguel Valente, Senior Account Executive da SAS interrogar Magdalena Neate, Head of Data Mining & Retention for Marketing, do grupo Ageas. A gestora ligou as experiências – normalmente após sinistros -, às emoções suscitadas – geralmente negativas – na interação dos segurados com as seguradoras. Daí precisar de existir maior proatividade e deu exemplo da Bancassurance da Ocidental quando passou de uma venda associada a um crédito, para uma venda ativa por parte da companhia. “Apesar da redução de sucursais e colaboradores do BCP, o negócio aumentou”, disse. Por isso considera fundamental um maior acompanhamento para os cerca de um milhão de clientes bancassurance do grupo Ageas em Portugal. Em relação ao projeto da companhia Next Best Action, que vai aliar a tecnologia ao negócio, a gestora salientou os desenvolvimentos na área do big data incluindo recolha de dados não estruturados, e em analytics, construindo motores de decisão cada vez mais autónomos.

O painel encerrou com a apresentação de três start up tecnológicas, em que João Medina, fundador da IBSHurance, falou de gestão de sinistros. Pela Visor.ai, Gianluca Pereyra, Fundador, expôs a solução da empresa para a Tranquilidade e as melhorias de eficiência com respostas automáticas para 7 em cada 10 consultas de clientes. Por último, João Pereira expôs o já realizado pela plataforma da insurtech Lovys em Portugal e França.

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