ASF: Baixa em seguros de Vida quebra mercado no 3º trimestre

  • ECO Seguros
  • 3 Dezembro 2019

Subidas significativas em Acidentes de Trabalho, Doença e Automóvel não compensaram a descida dos seguros de Vida com rendimento mais dependente de baixas taxas de juro.

A produção global de seguro direto relativo à atividade seguradora em Portugal diminuiu cerca de 2,1% face ao trimestre homólogo de 2018, revelou a ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões em relatório relativo ao terceiro trimestre do ano.

Esta baixa do mercado deveu-se a uma menor apetência pelos produtos do ramo Vida, mais volátil, que registou um decréscimo de 8,4% enquanto em setembro de 2018 havia apresentado um crescimento de 24,1% face a um ano antes.

Já os ramos Não Vida têm apresentado uma evolução positiva nos últimos anos (5,4%, 7,2% e 8,1% nos primeiros nove meses de 2017, 2018 e 2019, respetivamente).

Em setembro de 2019, o valor das carteiras de investimento das empresas de seguros sob supervisão prudencial da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões totalizou 53,7 mil milhões de euros, representando um acréscimo de 7% face ao final do ano.

No mesmo período, as provisões técnicas, cujo valor foi superior a 47 mil milhões de euros, apresentaram um crescimento de 7,4%. Os rácios de cobertura do Requisito de Capital de Solvência (SCR) e do Requisito de Capital Mínimo (MCR), em setembro de 2019, situaram-se em 169% e 458%, refletindo diminuições de 11 e 55 pontos percentuais, respetivamente, face ao final de 2018.

Do relatório do terceiro trimestre da ASF, agora divulgado, retiram-se os principais comentários:

  • Produção com ligeira diminuição de 2,1% face ao período homólogo de 2018, situando-se em cerca de 9,3 mil milhões de euros.
  • Os ramos Não Vida apresentaram um crescimento de 8,1% ao contrário do ramo Vida que registou um decréscimo de 8,4% neste período.
  • Os custos com sinistros de seguro direto apresentaram uma diminuição de 11,1% face ao trimestre homólogo do ano anterior. Para este decréscimo foi determinante a diminuição observada no ramo Vida (-18,2%), uma vez que os custos com sinistros dos ramos Não Vida aumentaram 4,3%.
  • Para o decréscimo de produção de seguro direto do ramo Vida contribuiu essencialmente a diminuição verificada nos seguros de vida não ligados excluindo PPR, que viram o seu peso na carteira diminuir de 43% para 37,9%.
  • Os seguros de vida não ligados PPR evoluíram positivamente na ordem dos 11%.
  • No total do mercado, os Planos Poupança Reforma (PPR) registaram um acréscimo de 12% face ao período homólogo de 2018, aumentando o seu peso na estrutura do ramo Vida, representando agora cerca de 48% da produção total.
  • Os custos com sinistros de seguro direto do ramo Vida diminuíram cerca de 18% face a 2018. Esta evolução é, em parte, explicada pelo comportamento dos resgates que apresentaram uma diminuição de 7,2% face ao trimestre homólogo, tendo representado 53,2% dos custos com sinistros do período em análise.
  • Nos ramos Não Vida a produção total do mercado ultrapassou 3 936 milhões de euros, mais 295 milhões que em igual período do ano anterior. De destacar o crescimento de 11,9% da modalidade Acidentes de Trabalho, cujo peso relativo na produção passou a ser de 17,2% no final do período.
  • Os custos com sinistros de seguro direto do total do mercado apresentaram um acréscimo de 4,3%, tendo a modalidade Acidentes de Trabalho e os ramos Doença e Automóvel seguido a mesma tendência (crescimentos de 11,6%, 8,9% e 7,1% respetivamente). O ramo Incêndio e Outros Danos registou um decréscimo de 16,7%.
  • A estrutura dos custos com sinistros de seguro direto dos ramos Não Vida tem sido idêntica ao longo dos períodos homólogos. Saliente-se, contudo, que no trimestre em análise, o ramo Incêndio e Outros Danos viu o seu peso diminuir 2,8 pontos percentuais. Por seu lado, a modalidade Acidentes de Trabalho registou um acréscimo de 1,5 pontos percentuais.
  • A produção de seguro direto de Acidentes de Trabalho apresentou, em setembro de 2019, um crescimento de 11,9%, inferior ao verificado no mesmo período do ano anterior (13,6%). O rácio de sinistralidade manteve-se quase inalterado, situando-se em 81,7%.
  • A produção de seguro direto do ramo Doença apresentou um aumento de 8,5% face ao trimestre homólogo do ano anterior. O rácio de sinistralidade aumentou ligeiramente, situando-se em cerca de 68,5%.
  • O ramo Automóvel registou uma variação positiva de 7,2% dos prémios brutos emitidos de seguro direto. O rácio de sinistralidade manteve-se praticamente inalterado, situando-se em torno dos 73%.
  • Observou-se um acréscimo de 7,4% do valor total das provisões técnicas face ao final do ano. As provisões técnicas afetas a seguros PPR ascendiam a cerca de 18,7 mil milhões de euros, valor que reflete um aumento de 15,6% face ao final de 2018.
  • O valor total dos ativos investidos pelas seguradoras aumentou 7% face ao final do ano e verificou-se um acréscimo do peso relativo de Obrigações de dívida pública e Fundos de investimento, por contrapartida das aplicações em Numerário e depósitos.
  • No final do terceiro trimestre, os valores de mercado dos instrumentos de dívida em posse das seguradoras eram predominantes, representando 70% do total dos ativos. Estes instrumentos representavam 78% das carteiras de investimento dos ramos Vida Não Ligados e Não Vida e 53% das carteiras de investimento do ramo Vida Ligados.
  • O rácio de cobertura do Requisito de Capital de Solvência (SCR) do conjunto das empresas supervisionadas pela ASF, em setembro de 2019, foi de 169%, o que representa uma diminuição de 11 pontos percentuais face ao final de 2018.
  • Também relativamente a 31 de Dezembro de 2018, a cobertura do Requisito de Capital Mínimo (MCR) do mesmo conjunto de empresas registou uma quebra de 55 pontos percentuais, situando-se em 458%, no final do terceiro trimestre de 2019.

O Relatório de Evolução da Atividade Seguradora é publicado trimestralmente pela ASF.

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