Q&A Galamba de Oliveira explica a quebra de 5,8% no setor em 2019

O presidente da APS confirma o regresso aos 12 mil milhões de euros de produção anual da indústria em Portugal em 2019. Acidentes, doença e automóvel não compensaram a quebra do ramo Vida.

Recolhidos os últimos dados relativos à produção da indústria seguradora em Portugal durante 2019, verificou-se uma quebra de vendas de seguros de 5,8%. Este regresso ao nível dos 12 mil milhões de euros anuais, deveu-se a uma descida de 14% na produção do Ramo Vida não compensada pela subida notável de 8,2% nos ramos Não Vida.

Em primeira reação a estes valores, José Galamba de Oliveira, presidente da APS – Associação Portuguesa de Seguradores, explica a ECOseguros o que se passou para este desempenho económico.

José Galamba de Oliveira, pesidente da Associação Portuguesa de Seguradores, em entrevista ao ECO - 30MAI19
José Galamba de Oliveira: “Sem um aumento do nível das taxas de juro e/ou existam incentivos efetivos (fiscais e outros) que fomentem a poupança de longo prazo, estima-se que esta quebra de produção se mantenha”.Hugo Amaral/ECO

Considera esta quebra de 5,8% um retrocesso para o setor?

Este valor consolidado, de um crescimento negativo de 5,8%, é fruto da quebra na nova produção de seguros de vida financeiros, já que tanto a área Não Vida como os seguros de Vida Risco, apresentaram taxas de crescimento positivas. Não considero isto um retrocesso para o setor. A oferta de seguros de vida financeiros é muito influenciada pelas condições de mercado em termos de taxas de juro, e este ambiente de baixas taxas de juro torna de fato a oferta menos atrativa para os aforradores.

O problema de crescimento parece centrado no ramo vida, prevê que a quebra de produção se mantenha em 2020?

A menos que se observem desenvolvimentos económico-financeiros favoráveis a um aumento do nível das taxas de juro e/ou existam incentivos efetivos (fiscais e outros) que fomentem a poupança de longo prazo, estima-se que esta quebra de produção se mantenha.

Em relação ao Ramo Não Vida um crescimento muito acima da inflação e do próprio crescimento económico do país deve-se a uma maior habilidade da indústria na conquista de clientes?

O crescimento verificado no Ramo não vida em termos gerais está acima de tudo relacionado com o crescimento da atividade económica no nosso País e também por uma maior consciencialização por parte dos consumidores, famílias e empresas, dos riscos do seu dia a dia, e do papel que os seguros podem desempenhar na mitigação desses riscos. E, obviamente, a força comercial da indústria tem também aqui um papel importante no despertar desta consciencialização.

Os dados de produção anuais de 2019, Apurados pela APS, demonstra que foi a venda de produtos de capitalização por bancos a rubrica que maior peso negativo registou no conjunto do mercado.

PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA SEGURADORA EM 2019 (Fonte: APS)

 

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