Galp pára refinaria de Sines por um mês

  • ECO
  • 20 Abril 2020

Paragem tem início a 4 de maio e está previsto estender-se por um mês. Em causa está o limite na capacidade de armazenagem.

Depois de Matosinhos, agora é Sines. A Galp decidiu encerrar por um mês a refinaria de Sines, porque a capacidade de armazenagem está a chegar ao limite, avançou fonte oficial da petrolífera ao Observador. A paragem vai começar a 4 de maio.

A mesma fonte garante que o fornecimento do mercado está garantido e que não terá efeitos nos trabalhadores afetos à refinaria. O ECO sabe que a empresa não vai recorrer ao mecanismo de lay off, sendo que os trabalhadores manterão todos os direitos e terão também direito ao prémio que estava previsto pelos objetivos atingidos em 2019.

A hipótese da paragem de Sines já se colocava no início de abril, quando foi decido o encerramento da refinaria de Matosinhos face aos “constrangimentos no mercado nacional e internacional”, explicou fonte da empresa. Na altura a possibilidade de recorrer ao regime de lay-off simplificado não foi confirmada, mas também não foi excluída.

Agora, a Galp explica que estes mesmos constrangimentos “forçaram a Galp a ativar um ajustamento planeado do sistema refinador, com dois eixos principais: ativar os procedimentos de segurança respeitantes à capacidade instalada em ambas as refinarias da Galp; assegurar um nível adequado de combustíveis para satisfazer as necessidades dos consumidores portugueses, das empresas e das várias industrias que estão em laboração”, confirmou fonte oficial da petrolífera ao ECO.

Face ao prolongamento do estado de emergência, “com a imposição de medidas extremas de contenção, quarentenas cada vez mais restritivas e a paralisação da maioria das atividades económicas”, a Galp fala em interrupções na cadeia de abastecimento, impossibilidade de escoar os produtos produzidos e capacidade de armazenamento a atingir o seu limite.

Por tudo isto, “será necessário estender as medidas de ajustamento no funcionamento da refinaria de Sines, suspendendo temporariamente a operação da generalidade dessas instalações a partir de 4 de maio de 2020, por um período expectável de um mês. Esta paragem planeada não terá impacto nas pessoas afetas à refinaria da Galp, estando assegurado o abastecimento das necessidades de mercado”.

Trabalhadores preocupados com a suspensão da produção

Os representantes dos trabalhadores na refinaria de Sines da Petrogal manifestaram-se esta terça-feira preocupados com as consequências negativas que a suspensão da produção, em maio, poderá causar aos prestadores de serviços, apelando à preservação dos empregos, em declarações à Lusa.

Estamos preocupados porque, há cerca de um mês, a Petrogal decidiu rasgar e reduzir contratos com os prestadores de serviços, do contrato de manutenção da refinaria, que provocou 80 despedimentos e esse fantasma continua a assombrar”, afirmou à agência Lusa Hélder Guerreiro, coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT) da refinaria de Sines da Petrogal.

Perante o atual cenário de suspender a produção na refinaria de Sines, o também dirigente do Site Sul (sindicato das indústrias transformadoras, que integra a Fiequimetal) apelou à administração da Galp no sentido de “preservar os empregos” e “aliviar a pressão social”.

“Sabemos que há muita gente em casa, despedida e dispensada, e apelamos a que a administração da Petrogal/Galp não volte a rasgar contratos e a reduzir contratos de prestação de serviços no sentido de preservar o emprego e aliviar a pressão social que toda esta situação acarreta”, acrescentou.

O coordenador da CT da Petrogal adiantou ainda que, tendo em conta que a administração não irá avançar para o lay off, os mais de 500 trabalhadores diretos da refinaria de Sines “não têm para já razões de preocupação” em relação aos seus postos de trabalho.

Num “clima de incerteza” face ao futuro, o dirigente, que critica igualmente a “distribuição de 570 milhões de euros em dividendos aos acionistas”, espera que esta suspensão da produção “seja no mais curto período de tempo” e não se prolongue por mais de um mês.

(Notícia atualizada esta terça-feira, dia 21 de abril, às 13h22)

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