Willis Towers Watson cresce em faturação e lucros no 1ºT

  • ECO Seguros
  • 3 Maio 2020

A pandemia não teve impacto material nas contas do trimestre, mas face à evolução “difícil de prever”, a covid-19 pode afetar o resto do ano, assume a WTW.

A Willis Towers Watson (WTW) encerrou o primeiro trimestre (1ºT) de 2020 com a receita consolidada a crescer 6,7%, enquanto o resultado operacional progrediu a dois dígitos na comparação com igual período de 2019.

O grupo global de corretagem em seguros, consultoria de risco e capital e gestão de pessoas consolidou receitas de 2,47 mil milhões de dólares (cerca de 2,27 mil milhões de euros), refletindo expansão orgânica de 4% (ajustando a evolução às variações de câmbio, o negócio cresceu em torno de 7%).

Notando que o primeiro trimestre do exercício é normalmente forte em termos de resultados operacionais por refletir renovações contratuais em algumas das linhas de negócio, a WTW aponta 313 milhões de dólares (287,2 milhões de euros) de lucro líquido (ganhos depois de depreciações, amortizações e juros), um resultado financeiro 6,8% superior ao consolidado um ano antes. Considerando perto de 9 milhões de dólares de gastos associados a procedimentos da combinação com a Aon Plc, anunciada recentemente e em curso, o lucro líquido atribuível encolhe para menos de 305 milhões, indica o comunicado.

O lucro operacional depois de impostos (ebit) alcançou 360 milhões de dólares, equivalendo a cerca da 15% da receita, enquanto o resultado bruto (ebitda ajustado) situou-se em 680 milhões (+13% face ao homólogo), com margem a rondar os 28%.

Por segmentos de negócio, a área de gestão de capital humano (e benefícios que as empresas asseguram a colaboradores) constituiu a maior fonte de receita no trimestre (850 milhões de dólares, ou mais 3% face a período homólogo do ano anterior), seguindo-se a atividade de corretagem e consultoria de risco empresarial (739 milhões, em progressão de 4%) e, em terceiro, os serviços de consultoria em investimento, resseguro e gestão de risco (615 milhões de dólares, a crescer os mesmos 4%).

Na perspetiva da gestão operacional, os negócios “investimento, resseguro e risco” geram a maior fatia (277 milhões de lucro e margem de 45% sobre a receita), seguindo-se a área “capital humano e benefícios”, com lucro operacional de 213 milhões e margem operacional de 25%.

Abordando os riscos e incertezas da pandemia, a WTW assume que sua posição comercial e financeira “dependerá de evolução futura, difícil de prever, incluindo a gravidade e o âmbito do surto da Covid-19, bem como os tipos de medidas impostas pelas autoridades governamentais para conter o vírus ou abordar o seu impacto e a duração dessas ações e medidas.”

A pandemia “não teve um impacto negativo material nos nossos resultados financeiros no primeiro trimestre do ano fiscal de 2020”, contudo, a companhia admite que o efeito da crise na atividade económica em geral “pode ter um impacto negativo nas receitas e resultados operacionais para o resto de 2020.”

Covid-19 já penaliza capital de resseguro

Poucos dias antes de anunciar os seus resultados trimestrais, a WTW, através da subsidiária Willis Re divulgou um relatório bianual em que a corretora analisa as relações entre capital global de resseguro, mercados de investimento e a variável rentabilidade.

De acordo com o Reinsurance Market Report, o capital global dedicado à indústria de resseguro ascendeu a 605 mil milhões de dólares no final de 2019, apontando um crescimento robusto de 15% face ao ano anterior.

O estudo que recolheu dados de 18 resseguradoras globais avança que a progressão foi sustentada sobretudo pelo retorno das apostas de investimento, apesar de uma contração estimada em 3% no designado capital alternativo. Este segmento, que engloba títulos ligados a seguros (Insurance-Linked Securities), tais como obrigações de catástrofes (cat bonds) e resseguros garantidos, registou declínio de 3%, para 91 mil milhões de dólares, segundo resulta da amostra que constitui a base do estudo.

Além da nota sobre o comportamento do capital alternativo, o relatório analisa a rentabilidade dos investimentos ao longo dos últimos três anos e conclui que a geração de capital nem sempre está ligada ao bom desempenho na atividade de subscrição.

Citado no comunicado que sintetiza os dados do relatório, James Kent, CEO da Willis Re adianta: “Esta análise demonstra como a base global de capital de resseguro é sensível aos mercados de investimento. Felizmente, o forte crescimento do capital em 2019, graças a estratégias de investimento criteriosas por parte de muitas empresas, colocou o setor em boa posição para resistir ao atual ambiente de volatilidade”.

No entanto, o relatório admite que a expansão do capital ressegurador em 2019 pode já ter sido anulada com arranque trágico de 2020. As fortes perturbações nos mercados de financeiros, em março e abril, devido ao choque da pandemia, tiveram impacto na base de capital dedicado ao resseguro, resultando em oscilações que variaram entre -5% e -20%, estima a instituição. Neste contexto, o RoE (Return on equity, ou rentabilidade dos capitais próprios) do investimento também arrisca cair para nível inferior ao do custo do capital de resseguro.

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