S&P põe setor de resseguros sob perspetiva negativa

  • ECO Seguros
  • 20 Maio 2020

Um bom desempenho operacional em 2020 pode não ser suficiente para cobrir custos de capital, avisa a Standard & Poor’s.

A agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P) desceu a perspetiva do setor global de resseguros, de estável para negativa, justificando a revisão do outlook com as “condições comerciais cada vez mais difíceis” e exigência acrescida na função custo de capital.

A agência de rating acredita que as perdas relacionadas com a pandemia, a volatilidade dos mercados financeiros e rentabilidades mais baixas nos investimentos podem impedir o setor de obter ganhos ao nível do custo de capital em 2020. Esta perspetiva sustenta-se ainda no facto de, nos últimos anos, o setor já sentir o fardo de perdas significativas decorrentes de desastres naturais e à forte concorrência, sustenta a nota da S&P.

Segundo a agência, é de prever um incremento nas reclamações em P&C (propriedade e danos) associado a alguma rigidez nos preços. As receitas do resseguro no ramo vida mantêm-se até agora estáveis e o capital do setor mantém-se por enquanto robusto, embora inferior ao do final do ano de 2019.

No entanto, a agência de rating admite emitir “notação negativa em resseguradoras” em cujos balanços as “perdas com a COVID-19 anulam os ganhos e se tornam um evento de capital” e que, “na nossa opinião, não serão capazes de recompor os níveis de capitalização nos próximos 12 a 24 meses, bem como para aquelas resseguradoras que já entraram em 2020 com um desempenho operacional historicamente mais fraco”.

Com base nestas condições, a S&P agravou a avaliação de desempenho técnico agregado das 20 maiores resseguradoras globais, estimando agora um rácio combinado de 101% a 105% em 2020 para o setor, com ressalva de que poderá ser pior “se as perdas globais seguradas covid-19 excederem 30 mil milhões de dólares para o setor de (re)seguros como um todo”, afirma a S&P Global explicando ainda que este limiar de referência (30 mil milhões) se situa perto do limite inferior que a Willis Towers Watson estima para o setor.

O rácio combinado é um indicador crítico (de eficiência) na indústria de seguro e resseguro. Valores superiores a 100% indicam perdas na atividade de subscrição.

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