Lloyd’s of London: Covid-19 impõe condições à reabertura em setembro
Os corretores têm-se dado bem com a plataforma eletrónica que manteve o histórico mercado londrino em operação virtual. Depois do fecho ditado pela pandemia, em março, as portas reabrirão em setembro.
Quando os funcionários e operadores do mercado Lloyd’s of London regressarem vão encontrar mudanças no icónico edifício: placas de acrílico transparente nos guichets e mesas de subscrição, câmaras térmicas para verificar a temperatura dos transeuntes e um serviço de take-away, por catering em modo click and collect.
Depois de a enorme sala de subscrição no átrio central do imóvel ter encerrado, em março, por causa da pandemia do coronavírus – um dos raros fechos de transações físicas em mais de 300 anos de história do mercado de seguros de característica marcadamente presencial – a sociedade gestora do Lloyd’s of London anunciou que a Underwriting Room vai reabrir as suas portas num ambiente transformado.
Para assegurar o distanciamento social, a lotação máxima irá diminuir para 45% o número de pessoas que antes podiam acotovelar-se no interior da sala. Haverá rondas regulares de limpeza afincada, filas de espera e sistemas de circulação unidirecionais para as pessoas – todos concebidos para limitar a potencial propagação do vírus (covid-19), adiantou John Neal, CEO do Lloyd’s of London, citado pela Reuters.
Segundo revelado, entre as novidades, a instituição prepara uma “sala virtual”, oferecendo funcionalidades digitais adicionais (atualmente em testes) para permitir a ligação de corretores e subscritores, indicou a fonte. Haverá um help desk, ou “balcão de conectividade” no rés-do-chão, cabines digitais com WiFi e ecrãs digitais no espaço de café e outras áreas para reuniões confidenciais e a conectividade de rede foi também melhorada.
Os mais de 90 membros do mercado Lloyd’s, que gerem separadamente negócios sob a égide do mercado, subscrevem muitos dos maiores seguros comerciais do mundo, cobrindo desde plataformas petrolíferas a concertos de música pop. Corretores e seguradoras há muito que se reúnem na sala de subscrição da torre da Lloyd’s, instalada na city (centro financeiro de Londres), para chegar a acordo sobre contratos selados solenemente, com carimbos das empresas e assinaturas a caneta de tinta permanente.
No entanto, desde o seu encerramento, os intervenientes do Lloyd’s e do London Market têm-se surpreendido com o bom desempenho das soluções tecnológicas. As videochamadas estão a substituir as muitas horas de viagem e milhas de avião a que obrigavam as reuniões em destinos como a América do Norte, região considerada o maior mercado do Lloyd’s.
A PPL (Placing Platform Ltd), uma plataforma de negociação eletrónica que já existia antes do fecho da atividade presencial em março, constituirá a base para uma das duas bolsas eletrónicas que a Lloyd’s pretende lançar no próximo ano para colocação de ofertas, negociação e fecho de contratos.
Em fevereiro deste ano, a gestora do mercado havia estabelecido como objetivo que todos os sindicatos autorizados a operar realizassem 80% da subscrição de risco através de plataformas digitais certificadas. De acordo com a imprensa, o número de transações concluídas na PPL quase duplicou na semana que terminou em 8 de junho, em comparação com quatro meses antes, para 3.040. Mas este volume fica aquém do recorde estabelecido a 31 de março, com mais de 5 600 subscrições de risco na sessão diária, segundo fonte oficial da Placing Plataform Limited.
De resto, com as vantagens já reconhecidas pela indústria e a tendência de adoção de soluções digitais certificadas (insurtech), a digitalização de operações é vista como novo mindset dos corretores e sindicatos que exercem no Lloyd’s of London, sugerem especialistas.
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