Benfica termina o ano com dívida inferior a 100 milhões

  • Lusa
  • 27 Junho 2020

A SAD do Benfica vai fechar o ano fiscal que termina neste mês de junho com um endividamento inferior a 100 milhões de euros. Nova emissão de obrigações de 35 milhões arranca em julho.

A SAD do Benfica vai fazer uma emissão obrigacionista de 35 milhões de euros, com uma taxa de juro de 4% que vence em 2023, e segundo o administrador Domingos Soares Oliveira, a operação revela um certo retomar da normalidade. Em entrevista à Benfica TV (BTV), o gestor revela que a SAD do Benfica vai fechar o ano fiscal que termina no final deste mês de junho com um endividamento inferior a 100 milhões de euros, sendo 60 milhões relativos ao último empréstimo obrigacionista.

O Benfica anunciou há uma semana um empréstimo obrigacionista de 35 milhões de euros, o que fará esse endividamento “subir para os 130 milhões de euros”. “Ainda assim é um valor muito baixo para uma entidade como a nossa, que, como grupo, está a faturar cerca de 300 milhões de euros. Já tivemos alturas em que o nosso endividamento era duas a duas vezes e meia a nossa faturação, e se este for o número, o endividamento será de cerca de um terço do valor da faturação”, destacou.

Domingos Soares Oliveira recordou que a operação do empréstimo obrigacionista tem “com condições de mercado que são muito boas”. “Hoje não há nenhuma operação de financiamento que esteja a ser proposta a clubes de futebol que não seja com um custo de financiamento superior a 10%”, sublinhou.

“Temos uma política de empréstimos obrigacionistas como uma das nossas principais fontes de financiamento, e este é o 10.º empréstimo que lançamos desde 2004. Reembolsámos sempre dentro das datas previstas e este ano tivemos dois reembolsos: um em janeiro, de cerca de 25 milhões de euros; e um segundo em abril, já em plena pandemia, de 50 milhões de euros. Fizemos um reembolso de quase 75 milhões de euros neste início de ano. Este último reembolso pressupunha o lançamento de um novo empréstimo com um montante mais baixo, mas, nessa altura, os nossos parceiros financeiros, os bancos, entenderam que o mercado ainda estava muito instável e que não era a altura certa”, destacou o gestor.

Na entrevista, horas depois de ter sido chumbado por maioria, em Assembleia-Geral (AG), o orçamento do clube para a época 2020/21, no ponto único da reunião magna, o dirigente desvalorizou a hipótese de uma “crise” financeira no clube, muito menos uma que se revele “irrecuperável”. “Todos vão ter de contrair, naturalmente. Todos vão ter de baixar alguma coisa nas suas expectativas de investimento, mas não antevejo uma crise e, sobretudo, uma crise irrecuperável”, disse.

O orçamento ordinário de exploração do clube, o orçamento de investimentos e o plano de atividades elaborados pela direção registou o voto desfavorável de 48,28% dos sócios (18.329 votos), contra 47,79% de votos a favor (18.143). Na votação, em que participaram 1.505 associados, correspondentes a 37.965 votos, houve ainda 3,93% dos sócios que se abstiveram.

“Se esta operação correr bem, além do elogio da coragem de se avançar numa fase destas, é também um sinal positivo para todo o mercado”, defendeu o gestor, certo de que se as suas expectativas de receita se mantiverem, “os exercícios têm obrigação de correr razoavelmente bem”.

Neste caso, falou em “impacto nulo nas receitas televisivas”, elogiou a “agradável surpresa” quanto aos números da quotização e assumiu um “impacto maior” nas receitas de bilheteira, já que a pandemia da covid-19 obriga a jogos à porta fechada, sem público. “O impacto do ponto de vista de transações será moderado. Haverá menos e haverá transações por valores mais baixos, mas haverá transações”, acrescentou.

Em termos de opções de gestão, assume que “reembolsar o endividamento todo” que o Benfica contraiu “permite libertar as garantias todas, libertar hipotecas sobre determinados bens imóveis e outro tipo de garantias”.

O administrador executivo da SAD do Benfica destacou o “impacto significativo” nas ligas que não concluíram o campeonato, recordando que as operadoras disseram que não haveria dinheiro sem jogos, contudo diz ter recebido feedback de “um certo respirar” de colegas responsáveis por clubes espanhóis, italianos e alemães.

“Toda a gente está cautelosa, mas com uma mensagem positiva. O facto de conseguirmos fazer as finais das competições europeias é um sinal positivo, porque significa, para esses clubes e para a UEFA, que é importante, porque os patrocínios se mantêm e conseguimos todos manter as receitas que temos para este ano e para o próximo”, concluiu.

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