Top15 europeu: Axa, Allianz e Generali firmes na liderança

  • ECO Seguros
  • 2 Julho 2020

O volume de prémios dos 15 maiores grupos europeus de seguros cresceu 5% em 2019, com o lucro conjunto a subir acima de 26% face a 2018. O trio líder na última década fez 42% do total de prémios.

A Axa continuou a ser o maior grupo segurador europeu por volume de prémios em 2019, com receitas em torno de 99,85 mil milhões de euros, 3,7% mais do que no ano anterior. A Allianz, com 82,92 mil milhões de euros em prémios (+ 6,5% em relação a 2018) é segunda, enquanto Generali se manteve no 3º lugar (cerca de 69,8 mil milhões e a crescer mais de 4% em Vida e não Vida). Num ano em que as duas primeiras (Axa e Allianz) beneficiaram do efeito de aquisições, Zurich e Prudential completam o Top5.

Da sexta à décima segunda posição não se registaram alterações face ao ranking de 2018, destacando-se os crescimentos da Talanx (13,2%), Crédit Agricole Assurance (10,2%) e Aviva (10%).

O volume de prémios dos 15 maiores grupos seguradores europeus somou 599,46 mil milhões de euros em 2019, (+5,2% face a 2018), evidenciando progressão média anual de 2,1% entre 2009 e 2019 e a acumular uma variação de 22,8% na década. Neste período alongado, os grupos Axa, Allianz e Generali foram os líderes no ranking, representando 42% dos prémios de todos os grupos do ranking elaborado pela Mapfre, 11ª na lista global e sexta maior em não Vida.

Em 2019, os resultados líquidos (lucros) dos Quinze cresceram 26,4%, face a 2018, ajudados por bons resultados operacionais e financeiros e a alcançar os 34 848 milhões de euros (incluindo interesses minoritários).

Nos lucros, a Allianz é campeã de 2019 com 7.914 milhões de euros, mais 6,1% face ao resultado líquido de 2018. No final de 2019, a gigante alemã também liderava por valor total de ativos (1,1 biliões de euros, contra 898 mil milhões um ano antes), seguida da Axa (cerca de 781 mil milhões, a encolher face aos 931 mil milhões em 2018), e da Aviva (544 mil milhões, a engrossar face aos 478 mil milhões em 2018).

Consoante os ramos de negócio, o ranking ganha ordenação diferenciada. Em Não Vida, a receita das 15 maiores cresceu 10,5% e o dos grupos do ranking Vida 2,7%. Em particular, as menores perdas por catástrofes naturais em 2019 levaram a uma melhoria dos rácios combinados na maioria dos grupos não Vida.

O critério principal para a ordenação das seguradoras no ranking é o peso do volume de prémios, em euros, no exercício de 2019 (que melhor reflete o ciclo) e no intervalo secular de 2008 a 2018 (que traduz a tendência). Para analisar a dinâmicas do mercado na última década, o relatório RANKING DE LOS MAYORES GRUPOS ASEGURADORES EUROPEOS 2019 estudou as dinâmicas de cada grupo em função da tendência de crescimento (ou recuo) que os afasta ou aproxima entre si (e da tendência), para depois classificar (e agrupar) as seguradoras em convergentes (com a tendência de mercado), divergentes (com desvio positivo ou negativo face à direção do mercado) e neutros (alinhados com a tendência).

Em termos de dinâmica de crescimento durante o período 2009-2019, o relatório refere que alguns dos maiores aumentos ocorreram nos grupos de seguros que eram mais pequenos no início da década: Poste Vita (152,7%) e Mapfre (47,7%), embora o aumento em vários grupos maiores como o Prudential (76,4%), Crédit Agricole Assurance (52,7%) e Talanx (88,8%) seja também notável.

Allianz líder em Não Vida

No negócio Não Vida, a receita conjunta dos grupos de seguros considerados ascendeu a 290.895 milhões de euros (+ 10,5% face a 2018). O principal impulso veio dos cinco primeiros grupos do ranking (Allianz, Axa, Zurique, Talanx e Generali), que representaram 64% dos prémios e cresceram 14,8%. Considerando a evolução dos prémios em todos os grupos do ranking no período 2009-2019, o estudo da Mapfre aponta um aumento de 42,7%, com um crescimento médio anual de 3,9%.

O grupo Allianz, além de liderar o ranking global de lucros, ocupa o 1º lugar do ranking Não-Vida, com 57,2 mil milhões de euros em prémios (6,7% mais do que em 2018), um desempenho “influenciado tanto pelo crescimento da carteira como por aumentos de preços, bem como por efeitos favoráveis” das variações de taxas cambiais.

O grupo Mapfre, cujo gabinete de estudos produz e publica o relatório, mantém a 6ª posição no ranking das maiores europeias (Não Vida), conseguindo 17,56 mil milhões de euros em prémios, mais 2,9% face ao arrecado em 2018.

Quanto à análise de tendência proposta pelos autores do relatório, o grupo divergente (formado por Axa e Talanx) começou a crescer acima do mercado “e tornou-se cada vez mais distante da tendência do mercado, especialmente nos últimos anos do período”, nota o estudo.

Em lucros, as 15 maiores do ramo somaram 34,85 mil milhões em 2019, mais 26,4% do que no ano anterior, favorecidas por bons resultados operacionais e financeiros. As menores perdas devidas a catástrofes naturais levaram, em 2019, “a uma melhoria nos rácios combinados de oito dos grupos que compõem o ranking Não Vida”.

Entre os rácios combinados que registaram o maior declínio (ou melhor resultado de gestão), destacam-se os da subsidiária da Munich Re, o grupo Ergo (-3,7 pontos percentuais, pp) e Groupama (-2,3 pp). No entanto, o estudo observa que o rácio combinado de Ergo (92,3%), refere-se ao segmento de Propriedade e Acidentes na Alemanha, que registou diminuição das despesas com perdas de grandes catástrofes naturais e à experiência positiva de reclamações no negócio principal.

Finalmente, o relatório destaca o “excelente rácio combinado do If, uma filial da Sampo, que detém 92% dos prémios dos não Vida do grupo. A filial da seguradora finlandesa conseguiu 84,5%, o melhor rácio combinado no ranking das maiores (não Vida) de 2019.

Ramo Vida: Generali lidera face a oito divergentes positivos

O grupo Generali lidera o ranking Vida em 2019, ultrapassando Axa e Prudential, que um ano antes estavam em primeiro e segundo lugares, respetivamente. O volume de prémios do grupo italiano ascendeu a 48,26 mil milhões de euros, mais 4,7% do que no ano anterior, graças a um sólido desempenho de a sua operação no segundo semestre do ano

Globalmente, o volume prémios Vida dos 15 maiores grupos totalizou 377,494 milhões de euros, um aumento de 2,7% face a 2018, enquanto os prémios dos cinco primeiros decresceram -1,3%, fortemente influenciados pela quebra da Axa (-17,8%), retirando-a francesa da liderança para o segundo lugar.

Face a 2009, as receitas das Quinze maiores europeias progrediram 25%, evidenciando aumento médio anual de 2,3%. Todos os grupos exceto, por exemplo Axa e Aegon, mostraram um crescimento de prémios em 2019, quatro deles em dois dígitos: Swiss Life (35,2%), Legal & General (19,4%), Sogecap (15,6%) e Aviva (13,1%).

Na análise do negócio Vida, o estudo identifica um conjunto convergente composto pelos grupos de seguros Prudential e Talanx. Trata-se de convergência positiva, ou seja, “em 2009 mostra uma tendência de crescimento mais elevada em relação ao mercado total, mas no final do período, em 2019, está imediatamente abaixo dele”.

“Mais numeroso é o conjunto divergente formado pela Axa, Crédit Agricole Assuran-ces, Aegon, Poste Vita, Aviva, Legal & General, Swiss Life e Sogecap”, classifica o relatório. Neste caso, trata-se do que considera uma divergência positiva ao refletir “tendência de crescimento próxima do mercado total em 2009, mas no final do período, em 2019, acaba por ultrapassar e afastar-se dele”. Finalmente, o conjunto neutro (formado pela Generali, CNP Assurances, Allianz e BNP) mantém um diferencial relativamente constante em relação ao mercado, colocando-o abaixo da tendência do mercado total durante o período 2010-2019.

Seguradoras apresentam-se robustas ante pandemia

Em termos dos níveis de solvência, os grupos do ranking de 2019 “apresentam uma situação financeira sólida, com doze grupos de seguros com fundos próprios elegíveis que excedem em mais de duas vezes o capital de solvência exigido”.

O grupo Covéa tem o maior rácio de solvência em 2019 entre os grupos analisados, com 406,1%, seguida da Mutua Madrileña 322,0%. A lista dos grupos que registaram os maiores aumentos nos seus rácios de solvência durante 2018-2019 é composta pela italiana Poste Vita (+100,5 pontos percentuais), Sogecap (+80,6 pp), Crédit Agricole Assurances (+74,7 pp), BNP Paribas (+46,4 pp) e CNP Assurances (+39,8 pp).

Abordando o evento global que marca o ano em curso, o estudo da Mapre considera que a pandemia produzida pelo coronavirus Covid-19 “transformou todas as previsões sobre a evolução do sector dos seguros. Actualmente, é difícil para as seguradoras avaliar o efeito que a pandemia terá nos resultados em 2020”, embora alguns grupos europeus, incluindo os dois maiores, tenham avançado uma estimativa do custo que a pandemia terá no respetivo balanço, o que dependerá da duração e gravidade da crise.

A Axa estima que a Covid-19 terá custo total de 1,2 mil milhões em Propriedade e Acidentes, mas sem desvios em Vida e Saúde. Por seu lado, o Grupo Allianz considera remoto atingir o objetivo de um lucro operacional que havia previsto para 2020.

Em geral, complementa o relatório, “a principal resposta das seguradoras europeias à pandemia de Covid-19 tem sido assegurar a saúde e segurança dos seus empregados, trabalhar para a continuidade do negócio e cumprir as suas obrigações contratuais, prestando o melhor serviço e aconselhamento ao cliente”. O setor europeu dos seguros “também contribuiu com a sua solidariedade para mitigar o impacto na saúde”, lê-se no documento.

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