Quase metade das empresas reduziram atividade
Quase metade (47%) das empresas reduziram a sua atividade e quase um quinto (17,4%) encerraram ou interromperam totalmente" o funcionamento.
A MDS, multinacional portuguesa de consultoria de riscos e seguros, adianta que o “tecido empresarial português está a enfrentar uma crise sem precedentes, com redução significativa da atividade”.
Segundo o estudo “MDS Research: Situação Económica em Portugal” que tem por base um inquérito realizado junto de 115 empresas nacionais de quase duas dezenas de setores de atividade, “menos de metade das empresas conseguiram manter o seu nível de atividade, mas uma pequena franja (5,2%) conseguiu crescer à sombra da pandemia”.
“A generalidade das empresas teve de implementar medidas para responder aos constrangimentos, seja por imposição legal, como o caso do teletrabalho e de medidas de proteção sanitária, seja porque a solidez financeira das empresas foi afetada”, acrescenta, salientando que “a redução do investimento, o corte de custos e o recurso ao ‘lay-off’ estão entre as principais medidas adotadas, sendo relativamente reduzido a percentagem das empresas que procuraram novas formas de fazer negócio e de melhorar a sua oferta”.
Quase metade dos participantes do estudo (45,2%) foram microempresas, 19,1% pequenas empresas, 16,5% empresas de média dimensão e 19,1% de grande dimensão.
Os empresários e gestores estimam que a recuperação económica portuguesa seja em “U”, demorando “entre um a três anos a regressar aos níveis de atividade anteriores”.
A pandemia “provocou uma forte volatilidade no negócio das empresas, com impacto significativo na faturação”.
Mais de dois terços das empresas (73,1%) “esperam uma redução do seu volume de negócios no período de abril a junho, face aos três primeiros meses do ano”, enquanto 10,4% esperam “registar um crescimento dos seus volumes de negócio”.
“A redução dos níveis de atividade deverá continuar durante a segunda metade do ano, com cerca de três em cada quatro empresas (73%) a estimarem uma diminuição das vendas, enquanto apenas 12,1% esperam um aumento”, lê-se no estudo desenvolvido pela MDS que contou com a colaboração da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) e da BA&N Research.
“Tendo em conta a mediana da amostra de empresas que estimam uma redução do indicador, a redução do volume de negócios no segundo semestre do ano poderá situar-se no intervalo entre os 25% e 40%”, adianta o estudo.
“Mais de três em cada cinco empresas (61,7%) estima um nível de atividade inferior nos próximos 12 meses, enquanto 23,5% esperam um nível idêntico e 14,7% um nível superior”, acrescenta, apontando que “mais de metade das empresas (56,5%) assumem uma expectativa de corte ou suspensão total do investimento nos próximos 12 meses”.
Em termos dos recursos humanos, “os atuais instrumentos como o ‘lay-off’ ou a redução de horário e turnos continuarão a fazer parte da vida de algumas empresas, sendo que apenas 3,5% admitem vir a realizar despedimentos e 2,6% ter uma posição inversa, criando emprego”.
A principal preocupação atual dos gestores e empresários “é o nível de liquidez e situação de tesouraria das suas empresas, seguindo-se a falta de encomendas e o pagamento de salários”, sendo que “em alguns setores, como o industrial, a expedição da produção e o abastecimento são também alvo de grande preocupação, pois colocam em causa o funcionamento das unidades”.
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