AXA provisiona 1,5 mil milhões para Covid19; resultado cai 50% até junho
A carteira de seguros comerciais, que cobrem danos de empresas, foi a linha mais afetada pelo impacto da pandemia, penalizando sobretudo os resultados AXA XL.
A seguradora AXA apurou lucros líquidos de 1,4 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2020, um resultado 39% inferior ao alcançado em igual período de 2019, apontando um declínio de 48% no lucro operacional e quebra superior a 50% no resultado corrente.
Excluindo 1,5 mil milhões de euros (perdas já assumidas) em provisões que o grupo segurador inclui no balanço do semestre por conta de sinistros associados à pandemia (Covid-19) e, em menor dimensão, a efeito financeiro extraordinário decorrente da desconsolidação da EQH (em novembro de 2019, a instituição concluiu a venda dos 29% que ainda detinha na EQH-AXA Equitable Holdings), o lucro operacional teria aumentado 1%.
“O impacto da Covid-19 está em linha com a nossa estimativa anterior [anunciada em junho]. A carteira de seguros comerciais que cobrem danos de empresas foi a linha mais afetada, nomeadamente na AXA XL. O resto do grupo resistiu bem”, afirmou Thomas Buberl, diretor-geral da AXA, explicando que o impacto da pandemia na atividade foi, “em grande parte compensado pelo decréscimo da sinistralidade no seguro automóvel e pelo crescimento nas áreas de Saúde e da gestão de ativos.”
Por seu lado, o volume de negócios consolidado (receita bruta entre janeiro e junho) decresceu 2% sem atualização das taxas de câmbio, para os 52,4 mil milhões de euros (-10% em base reportada).
O negócio P&C (propriedade e danos) recuou 1%, consolidando 28,1 mil milhões de euros de receita. Dentro desta unidade de negócio, a linha de seguros comerciais contabilizou 18,4 mil milhões, estabilizada face a período homólogo de 2019, apresentando acréscimo de 5% no primeiro trimestre, mas quebra de 10% entre abril e junho, devido aos efeitos da Covid-19. Em consequência, o rácio combinado agravou-se 6,5 pp, para 101,7%.
No negócio Vida e Poupança, a receita total contraiu-se 8%, para 15,6 mil milhões de euros, aumentando 4% até março e a preceder um recuo de 21% no segundo trimestre, também sob contexto Covid, detalha o comunicado da companhia. Nos seguros Saúde, o negócio cresceu na globalidade do semestre e dos mercados em que a instituição opera, com a receita total a progredir 9%, para os 7,9 mil milhões de euros. Na atividade de gestão de ativos, a Axa cresceu 3% (impulsionada por comissões de gestão e comissões em transações de imobiliário, totalizando receitas de 606 milhões de euros.
Globalmente, no termo do semestre, o rácio de solvabilidade (Solvência II), desceu 18 pontos face a dezembro de 2019, estabelecendo-se em 180%. O documento no site da companhia refere ainda que, seguindo recomendações recentes do organismo de regulação e controlo prudencial (ACPR) sobre retenção de dividendos, a Axa decidiu abster-se de distribuir reservas de capital no final do ano e retirou os objetivos (ebit e ganhos por ação) definidos no plano estratégico “Ambition 2020”.
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