Moody’s lista os 4 fatores que mais pressionam as seguradoras

  • ECO Seguros
  • 1 Novembro 2020

A indústria de seguros da região Europa, Médio Oriente e África enfrenta desafios em quatro áreas, especifica análise produzida pelos serviços Moody’s Investors.

A pandemia da Covid-19 veio juntar-se ao quadro de juros baixos que penaliza qualidade já descendente ao nível dos ativos, acelerando também algumas tendências disruptivas que já perturbavam o setor segurador na região EMEA, nomeadamente as novas tecnologias, os riscos crescentes ao nível ambiental, social e do governance (ESG no acrónimo anglo-saxónico), aponta uma análise da Moody’s.

Perspetivando os fatores de maior pressão sobre o setor de seguros da região EMEA (Europe, Middle East e Africa), cuja principal área é a europeia, a agência de notação financeira resume as quatro áreas mais desafiantes: juros baixos, qualidade dos ativos, novas tecnologias e ESG.

Aprofundando o exercício, além de um incremento no risco relacionado com a qualidade dos ativos de investimento, a Moody’s espera concorrência acrescida, para 2021, no retalho do negócio P&C (seguros de propriedade e danos), um fator de pressão na rentabilidade do negócio, adverte a agência na newsletter “EMEA Insurance Monitor”. O documento realça também que a Covid-19 veio acelerar a transformação do modelo de negócio tradicional, através da adoção de mais soluções digitais, uma tendência que também ajudará as funções de subscrição e distribuição, mas que obriga a investir em cibersegurança.

A pandemia veio exacerbar áreas que já eram motivo de preocupação” entre os seguradores da região EMEA, afirmou Simon Ainsworth, diretor geral associado da Moddy’s. “O impacto mais adverso no longo prazo para a indústria está no lado dos ativos, com a pressão persistente na rendibilidade dos investimentos, por causa dos juros baixos”, reforçou Ainsworth citado na nota informativa.

Embora considerando que o setor de resseguro seja globalmente resistente ao impacto das condicionantes que a pandemia veio acentuar, regista-se uma pressão suplementar sobre a rentabilidade e a capitalização dos seguradores, adverte o research da Moody’s, explicando que, mesmo que compensadas por medidas monetárias de bancos centrais, política fiscal, suspensão de dividendos e das operações de recompra de capital e, ainda pelas medidas de flexibilização no âmbito do regime Solvência II, as companhias que detêm posições de investimento importantes em classes de ativos como ações e aplicações em renda fixa – com notações de nível inferior e especulativa – viram a respetiva situação financeira ficar mais deteriorada.

No entanto, em resultado do mix de medidas e facilidades que procurou suster o impacto da recessão global causada pelo novo coronavírus, os mercados acionistas e os spreads de crédito regressaram, no 2º trimestre, aos níveis pré Covid. Por isso, os analistas da Moody’s esperam que boa parte das seguradoras mantenha rácios de solvência robustos e que, na ausência de outros desvios nos mercados financeiros, os níveis de capitalização possam continuar intactos para larga maioria.

Os analistas da instituição acreditam igualmente que o setor será capaz de absorver o impacto da pandemia e recompor capital ao longo dos próximos anos. Isto também explica que a agência de rating tenha emitido um número limitado de notações negativas sobre as seguradoras europeias.

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