AIG nomeia novo CEO e prepara cisão do negócio Vida e pensões
A companhia anunciou mudanças no topo da hierarquia, intenção de separar a atividade de seguros Vida e Reforma e impacto estimado da pandemia nas contas do 3ºT, período em que o lucro caiu 57%.
O American International Group, entidade que opera globalmente sob a marca de seguros AIG, anunciou alterações na liderança da companhia.
Peter Zaffino, até agora presidente e COO, foi nomeado Chief Executive Officer (CEO), assumindo já funções de direção mas sendo presidente executivo com efeitos a partir de março de 2021, sucedendo a Brian Duperreault, atual CEO, por sua vez, nomeado para a presidência executiva do Board (conselho de administração). As mudanças na estrutura dirigente enquadram-se também na reorganização estratégica que o grupo norte-americano iniciou em 2017 para impulsionar crescimento do negócio de seguros gerais.
Vida e Reforma serão atividades separadas da AIG
Num segundo comunicado, a companhia que opera seguros P&C (propriedade e acidentes), Vida, reforma e seguros gerais, informa sobre a intenção de implementar um plano para a cisão dos negócios Vida e Reforma (separação através da criação de entidade autónoma) para se centrar nos ramos de responsabilidade civil e acidentes.
“A direção executiva e o Conselho de Administração da AIG acreditam que uma estrutura simplificada pode desbloquear mais valor para os acionistas e outras partes interessadas. Embora não tenham sido tomadas decisões sobre como conseguir uma separação total, a intenção da administração é realizá-la de uma forma que maximize o valor acionista, estabelecendo duas empresas independentes líderes de mercado”, explica a AIG sobre a reorganização que visa recentrar o foco no negócio de seguros gerais.
Peter Zaffino, responsável global pela área operacional e CEO eleito, referiu: “a nossa empresa ficará mais forte separando a área Vida e Reforma da AIG. Isso permitirá que cada entidade terá mais possibilidade de alcançar valorização própria e mais sustentável.”
Preliminares do 3ºT apontam 185 milhões de perdas com Covid-19
No mesmo dia, um terceiro comunicado da AIG avança números preliminares do terceiro trimestre, atualizando também estimativa do período em responsabilidades atuariais de Vida, Reforma e carteira legacy.
No trimestre de julho a setembro, a área de seguros gerais contabilizou perdas (antes de impostos) estimadas em 790 milhões de dólares (cerca de 668,5 milhões de euros) relacionadas com catástrofes (valor líquido de resseguro).
Perto de 25% da quantia, ou 185 milhões de dólares, refere-se a custo de sinistros associados a Covid-19, nomeadamente em coberturas de viagens, eventos cancelados, crédito comercial, propriedade e seguro agrícola. Os restantes 605 milhões foram perdas causadas pelas tempestades tropicais e eventos ciclónicos (no continente americano e no Japão), além dos incêndios florestais na costa oeste dos EUA.
Em resultado das atualizações (carteiras Vida e reforma), a companhia antecipou que a conta trimestral refletirá encargos líquidos de sete milhões de dólares penalizando o lucro atribuível, compensado por um ganho de 13 milhões na reavaliação da designada carteira legacy (apólices mais antigas que geram fraca rentabilidade e a que normalmente se associam necessidades em reserva de capital).
Lucros caem 57%
Depois destes números preliminares, a companhia norte-americana apresentou os resultados trimestrais na primeira semana de novembro. Segundo anunciado, a AIG encerrou o terceiro trimestre de 2020 com 281 milhões de dólares de lucro, em queda de quase 57% quando comparado com os 648 milhões de um ano antes.
A atividade de seguros gerais contabilizou 8,25 mil milhões de dólares em valor de prémios brutos, menos 4% do que um ao antes, apresentando rácio combinado de 107,2%, agravado em 3,2 pontos.
Enquanto a receita do negócio Vida e pensões cresceu 51%, para os 975 milhões de dólares, as perdas associadas à pandemia da Covid-19 confirmam os 185 milhões de dólares estimados dias antes.
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