Agravamento da pandemia justifica 80% do acréscimo da mortalidade
Nas últimas quatro semanas, morreram mais 1.556 do que a média, em período homólogo, entre 2015 e 2019. Essa variação é explicada em grande parte pelo agravamento da pandemia, indicam os dados do INE.
Morreram nas últimas quatro semanas mais 1.556 pessoas do que a média registada entre 2015 e 2019, em período homólogo. Essa variação é explicada em larga medida pelo agravamento da pandemia de coronavírus. De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), do referido total de óbitos verificado entre 19 de outubro e 15 de novembro, 1.274 foram por Covid-19, ou seja, 81,9%.
“Nas últimas quatro semanas (19 de outubro a 15 de novembro) registaram-se mais 1.556 óbitos que a média, em período homólogo, de 2015-2019. Nesse período, registaram-se 1.274 óbitos por Covid-19, representando 81,9% do acréscimo observado”, indica o INE.
Os números conhecidos esta sexta-feira revelam um agravamento do acréscimo na mortalidade ligado ao novo coronavírus. Por exemplo, entre 5 de outubro e 1 de novembro, apenas 46,5% do acréscimo de mortalidade tinha sido justificado pela crise pandémica. Já nas últimas quatro semanas, somente 18,1% dos óbitos acima da média não são explicados pela Covid-19. Isto numa altura em que a propagação do vírus se tem acentuado, com o número de novos casos e de óbitos a atingir recordes.
O INE salienta, além disso, que entre 2 de março — data em que foram diagnosticados os primeiros casos de Covid-19 — e 15 de novembro, foram registados 82.326 óbitos, mais 9.640 do que a média, em período homólogo, dos últimos cinco anos. E desse acréscimo, 36% dos falecimentos são justificados pela pandemia. Mais uma vez, uma fatia bastante abaixo da registada nas últimas semanas.
Dos referidos 82.326 óbitos, 40.842 foram de homens e 41.484 de mulheres, tal representa um acréscimo de 4.197 falecimentos e 5.443 falecimentos, respetivamente, face à média dos últimos anos, no período homólogo.
De notar que mais de 70% desses óbitos foram de pessoas com idades iguais ou superiores a 75 anos. Nessa faixa etária, verificou-se um acréscimo de 8.277 falecimentos face à média verificada entre 2015 e 2019.
O INE salienta ainda que, na análise destes dados por regiões, o Norte destaca-se, tendo registado o maior acréscimo do país, com exceção da última semana de junho, as primeiras semanas de julho, as últimas de setembro e a primeira de outubro, período em que a Área Metropolitana de Lisboa registou um acréscimo de mortalidade mais acentuado.
De notar, por outro lado, que 49.301 dos 82.326 registados desde março aconteceram em estabelecimentos hospitalares, mais 3.492 do que a média entre 2015 e 2019. Registou-se, contudo, um acréscimo ainda mais acentuado no que diz respeito aos falecimentos fora do contexto hospital: mais 6.148 óbitos do que a média dos últimos anos. “Contudo, nas duas últimas semanas (2 a 15 de novembro), o maior acréscimo de óbitos registou-se nos hospitais”, frisa o INE.
De acordo com o boletim divulgado, na quinta-feira, pela Direção-Geral da Saúde, há, neste momento, 82.241 casos de Covid-19 ativos em Portugal. Desde o início da pandemia, foram confirmados 280.394 casos de infeção, dos quais 193.944 já foram dados como recuperados. Faleceram por Covid-19 até ao momento 4.209 pessoas, em Portugal.
(Notícia atualizada às 12h00)
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