Insuficiente proteção de riscos sísmicos preocupa presidente da ASF

  • ECO Seguros
  • 10 Dezembro 2020

Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF, volta a alertar para sub-proteção existente em Portugal para a cobertura dos riscos sísmicos e afirma a neutralidade tecnológica do supervisor de seguros

As empresas de seguros “sabem que já não estão a competir num mercado tradicional e que há um conjunto de novos players com dinâmicas de atuação inovadoras”, cabendo, por seu lado, às autoridades de supervisão “assumir um papel ativo no ecossistema digital, balanceando os benefícios e os riscos para o consumidor e para o mercado”, afirmou a presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), em entrevista publicada na 6.ª edição da revista Seguros & Cidadania, uma publicação da Associação Portuguesa de Seguradores (APS).

Paralelamente, considerando que é fundamental reconhecer que há uma nova geração de consumidores com outro tipo de exigências e que procura novas formas de relacionamento com os prestadores de serviços, a transformação tecnológica e dos modelos de negócios acarretam “riscos adicionais e diferentes dos riscos tradicionais. Por exemplo, muita da inovação digital assenta no tratamento de elevada quantidade de dados que origina riscos associados à proteção e segurança de dados e sistemas”, observou Margarida Corrêa de Aguiar.

Neste contexto, as autoridades de supervisão “devem assumir um papel ativo no ecossistema digital, balanceando os benefícios e os riscos para o consumidor e para o mercado”, explicou, acrescentando que a ASF tem defendido que “a regulação deve ser tecnologicamente neutra”, sendo também essencial um quadro normativo equilibrado que permita fornecer um “elevado nível de proteção dos consumidores sem criar obstáculos desnecessários à inovação”.

Reconhecendo que o setor dos seguros “tem sido muito rápido na adoção de inovações decorrentes da aplicação de tecnologia em áreas de gestão, operacionais, de avaliação de risco e de comercialização”, a presidente da ASF considera que (o setor) “tem sido mais lento na oferta de produtos que respondam às necessidades trazidas por fenómenos tão importantes como o envelhecimento da população e o aumento da longevidade ou as alterações climáticas e a digitalização da economia”.

A atividade seguradora “tem aqui um papel muito importante, seja oferecendo poupança e seguros de saúde de longo prazo (long care) ou seguros de vida ligados à “reverse mortgage”, seja reduzindo o protection gap que tem hoje níveis muito preocupantes, como por exemplo na cobertura de riscos sísmicos”. Os riscos em presença “terão que encontrar resposta numa mudança de paradigma que a sociedade assuma como necessária para lhes fazer frente. Esta resposta implica uma “consciencialização da sociedade para os riscos existentes”, realçou Margarida Corrêa de Aguiar (reveja aqui a comunicação da presidente da ASF na sessão de encerramento da 1ª Conferência ECO Seguros).

Sobre a resposta do setor de seguros e fundos de pensões face ao contexto global da crise pandémica, a presidente da ASF disse na entrevista à publicação da APS que, tendo em conta as prioridades definidas no plano governamental de recuperação e resiliência, designadamente a transição climática e a transição digital, que implicam alterações profundas de paradigma, “o setor dos seguros pode ter um papel de relevo, quer na vertente de grande investidor institucional de longo prazo, apoiando o financiamento de projetos de infraestruturas e contribuindo para o sustainable finance, quer na vertente de gestor profissional dos riscos associados”.

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