Tesouro vai emitir 15 mil milhões em obrigações este ano
As necessidades de financiamento líquidas do país em 2021 deverão situar-se em cerca de 14 mil milhões de euros. O IGCP antecipa emissões de Obrigações e conta com quase 3 mil milhões da Europa.
Portugal pretende ir aos mercados buscar 15 mil milhões de euros em dívida de médio e longo prazo ao longo deste ano. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP divulgou esta quinta-feira o programa de financiamento para 2021, em que conta não só com colocações de títulos como também com dinheiro vindo da Europa.
“O montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado no ano de 2021 deverá situar-se em cerca de 14 mil milhões de euros“, diz o instituto liderado por Cristina Casalinho. “A estratégia de financiamento para 2021 centrar-se-á na emissão de títulos de dívida pública nos mercados financeiros em euros com realização regular de emissões de Obrigações do Tesouro (OT), para promover a liquidez e um funcionamento eficiente dos mercados primário e secundário”.
A emissão bruta de obrigações do Tesouro é estimada em 15 mil milhões de euros, combinando sindicatos e leilões, assegurando emissões mensais. Como tem sido hábito nos últimos anos, não há datas para estas operações, sendo que os leilões podem acontecer à segunda ou quarta quartas-feiras de cada mês. O montante indicativo e as linhas a reabrir serão anunciados ao mercado até três dias úteis antes do leilão. “Oportunidades para realizar operações de troca e recompras de títulos serão exploradas“, aponta.
Este dinheiro irá não só servir para responder tanto para reembolsar os investidores que têm títulos que atingem as maturidades em 2021 — há 8.727 milhões de euros a devolver neste ano — como para responder às necessidades de financiamento do Estado. Para esse efeito, o IGCP conta igualmente com 2,9 mil milhões de euros vindos da União Europeia, que corresponde ao valor do empréstimo da Comissão Europeia a Portugal através do SURE para 2021. Por último, irá tirar 6,7 mil milhões de euros que estão nos depósitos do Estado.

Já a dívida de curto prazo, haverá novas emissões, mas que servirão apenas para reembolsar títulos que atingem a maturidade. Em 2021, o IGCP espera que o financiamento líquido resultante da emissão de bilhetes do Tesouro tenha um impacto nulo no saldo. O IGCP manterá a realização de leilões mensais de BT na terceira quarta-feira de cada mês e, se a procura de investidores o justificar, pode usar também a primeira quarta-feira.
No primeiro trimestre, a agência marcou já três operações. No dia 20, pretende emitir até 1.500 milhões de euros a seis e 12 meses. A 17 de fevereiro, o IGCP vai colocar entre 1.000 e 1.250 milhões em BT a 3 e 11 meses. E a 17 de março voltará à linha de BT a seis e 12 meses para colocar entre 1.250 e 1.500 milhões de euros.
“A gestão do risco de refinanciamento implicará que as operações de financiamento a realizar evitarão a criação de excessivas concentrações temporais de amortizações, assim como a possibilidade de realização de operações de recompra de dívida, oportunamente anunciadas ao mercado”, acrescenta. “Como habitualmente, o IGCP manterá flexibilidade para introduzir na execução deste programa os ajustamentos que se venham a revelar necessários face à evolução dos mercados e das necessidades de financiamento ao longo do ano”.
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