Pandemia tirou 13 milhões de passageiros dos aviões da TAP

Pandemia teve forte impacto no número de voos e passageiros transportados pela TAP. Nem a recuperação no verão (que foi revertida em novembro) conseguiu aproximar-se dos níveis de 2019.

A pandemia de Covid-19 levou pessoas por todo o mundo a fecharem-se em casa e atirou o turismo para níveis historicamente baixos, levando os aviões da TAP a ficarem estacionados nos aeroportos. Praticamente sem viagens de lazer e com as restantes limitadas ao mínimo, a companhia aérea portuguesa realizou, em 2020, menos 91 mil voos do que no ano anterior. E transportou menos 13 milhões de passageiros.

“Vivemos numa incerteza persistente, assistimos a uma queda imediata tanto nas reservas de entrada como nas de saída. Esta queda não só afeta as nossas receitas nestes mercados, mas também em vários mercados de ligação”, dizia o CEO Ramiro Sequeira, numa carta enviada esta terça-feira aos trabalhadores, a que o ECO teve acesso. O gestor referia-se ao recente agravamento da pandemia, incluindo as novas estirpes, restrições de ligações aéreas e confinamento.

No entanto, o impacto da pandemia na atividade da TAP não é de agora. Muito pelo contrário. Se em janeiro e fevereiro de 2020 (quando o coronavírus parecia ainda limitado ao continente asiático), a TAP operou o mesmo número de voos que nos mesmos meses de 2019 — na ordem dos 10 mil por mês –, a queda começou logo em março, com uma redução para metade. Em abril, foram apenas 51.

Voos da TAP em 2019 e 2020

Só em julho, quando o verão desagravou a situação epidemiológica na Europa e consequentemente as restrições, é que a TAP voltaria a realizar mais de mil voos por mês. Mas a recuperação não durou muito. “A evolução do número de voos, ao longo [de 2020], deixa evidente a reversão da recuperação que se verificou no verão, com o número de voos a diminuir em outubro e novembro, subindo ligeiramente em dezembro, mas ainda assim para valores inferiores a outubro”, explicava Sequeira.

Feitas as contas à totalidade do ano, a TAP realizou 46.049 voos, o que representa uma quebra de 66,5% (ou 91.329) face aos 137.378 voos operados pela TAP em 2019. E a perspetiva para o início deste ano ainda não é melhor. Na mesma carta, o CEO anunciava uma revisão em baixa da operação prevista para os próximos dois meses.

TAP transportou apenas 5,5 milhões de pessoas

No que diz respeito ao número de passageiros transportados, a tendência é a mesma: desde o início da pandemia, os meses de agosto, setembro e outubro foram de recuperação, mas longe dos níveis registados antes do vírus. Em 2020, a TAP transportou 5.551.096 passageiros, menos 69,6% (ou 12.726.397) do que os 18.277.493 passageiros transportados em 2019, revelam os dados divulgados esta terça-feira pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).

A quebra deve-se não só à redução do número de voos (que a TAP tem dito ao longo do ano que ajusta face à procura), mas também ao facto de os aviões viajarem abaixo da capacidade. A taxa de ocupação média global da TAP, quando ponderada com o volume de voos realizados em cada mês, entre julho e outubro, foi de 54%, 28 pontos percentuais abaixo da taxa média global de 2019.

Tal como a companhia aérea portuguesa, as internacionais que operam em Portugal sofreram igualmente com o impacto da pandemia. O relatório mensal da ANAC indica que, em dezembro, o número de passageiros que passaram pelo Aeroporto de Lisboa afundou 76,8% para menos de 2,5 milhões de pessoas em relação ao mesmo mês de 2019. No Porto, a quebra é de 72,4% para 950 mil passageiros e em Faro de 77,5% para 294 mil. Nos arquipélagos dos Açores e Madeira, as quebras foram semelhantes.

Passageiros transportados pela TAP em 2020

Fonte: ANAC

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