PCP alerta para projeto “retrógrado e anti-democrático” da Direita, incluindo Chega e IL
PCP acusa Direita de tentar instrumentalizar a situação do país para "branquear as suas responsabilidades" e relançar o seu "retrógrado e antidemocrático projeto de destruição" de conquistas de Abril.
O secretário-geral do PCP alertou, esta terça-feira, dia em que homenageou os seus militantes mortos durante o fascismo, para o projeto “revanchista”, “retrógrado e antidemocrático” da direita, PSD, CDS e “sucedâneos” Chega e Iniciativa Liberal (IL).
O aviso foi deixado por Jerónimo de Sousa numa cerimónia junto ao monumento, no cemitério de São João, em Lisboa, de homenagem aos mortos no campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, por onde passaram militantes comunistas e onde morreu Bento Gonçalves, líder do PCP, anarquistas e militantes antifascistas.
O líder comunista defendeu uma política alternativa, “patriótica e de esquerda”, por oposição à política de direita do PSD e CDS e que o “atual Governo do PS “não abandonou nas suas opções essenciais”.
Essas “forças políticas mais reacionárias” estão, acusou, a tentar instrumentalizar a situação do país para “branquear as suas responsabilidades” e “relançar o seu retrógrado e antidemocrático projeto de destruição” de conquistas de Abril e “impor um brutal retrocesso na vida dos portugueses”.
“É esse projeto que forças reacionárias têm na mira, como sobressai da ação revanchista do PSD e do CDS e dos seus sucedâneos Chega e Iniciativa Liberal, novos pontas de lança do grande capital que põe pressa e pressão na concretização desse projeto antigo”, afirmou.
Esse projeto “revanchista”, disse, tem por objetivo a “subversão da Constituição”, a alteração às leis eleitorais, que “o PSD já prepara”, para “formar maiorias artificiais” e, ao mesmo tempo, explorar “todos os pretextos” para criar “um caldo de cultura social onde fervilha a suspeição generalizada sobre a política e o próprio regime democrático, se fomentam medos irracionais, tensões racistas e xenófobas”.
Para Jerónimo de Sousa, na atual conjuntura de crise e de combate à pandemia de Covid-19, em que “o grande capital avança com mais uma poderosa ofensiva”, o PCP tem “tarefas muito difíceis pela frente” neste ano em que comemora o seu centenário, em 06 de março. Tarefas que promete levar a cabo “honrando a memória” dos heróis mortos tanto durante a ditadura, antes do 25 de Abril de 1974, como depois, “em defesa da revolução”, como disse ter sido o exemplo de dois camaradas mortos em Montemor-o-Novo após a entrega de terras após a Reforma Agrária.
Os comunistas, disse, “pagaram a sua dedicação com pesados sacrifícios”, perseguidos, torturados, presos e “muitos assassinados nas prisões” – “mais de uma centena de camaradas, exemplos de heroicidade”. Foram “homens, mulheres que perderam a vida para que a esperança” de viver “num país de liberdade se tornasse uma realidade” e que chegou com o golpe do 25 de Abril que derrubou o Estado Novo.
Frente ao monumento com os restos mortais dos mortos no “Campo da Morte Lenta”, como lhe chamavam os presos, o secretário-geral do PCP afirmou que o partido “não esquecerá as suas vidas sacrificadas e defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e da pátria”.
Com poucas pessoas presentes na cerimónia, por motivos sanitários, Jerónimo de Sousa teve a seu lado Domingos Abrantes, dirigente histórico comunista e preso pela PIDE e pela ditadura durante onze anos, cinco dos quais sem ver a mulher.
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