Benfica no mercado para vender “naming” do estádio da Luz

O Benfica está à procura de parceiros que adquiram os "naming rights" do estádio da Luz e do centro de estágios no Seixal. O clube delegou a tarefa à agência WME Sports.

O Benfica vai pôr à venda os direitos de nome do estádio da Luz, em Lisboa, e do centro de estágios do clube, no Seixal. A busca por patrocínios será responsabilidade da WME Sports, o ramo desportivo da agência WME, detida pelo grupo norte-americano Endeavor.

Esta “parceria comercial exclusiva” permitirá que a WME Sports “represente dois dos mais prestigiados ativos do futebol europeu”, nomeadamente o estádio do Benfica, que tem capacidade para acolher 65 mil pessoas, assim como a Academia de Formação do Benfica, também conhecida por Benfica Campus, o centro de estágios do clube no Seixal.

“A WME Sports trabalha em estreita colaboração com a rede de negócios da Endeavor, incluindo a IMG, líder mundial em desporto, eventos, moda e comunicação social, e a Endeavor Analytics, que fornece perceções acionáveis, mercado e inteligência mediática a marcas, ligas e equipas de topo. A Endeavor representa ainda várias marcas desportivas, atletas, atores, atrizes e celebridades nos EUA”, lê-se num comunicado conjunto a que o ECO teve acesso.

Os naming rights são os direitos sobre a propriedade de nomes e a venda dos mesmos é uma prática comum em alguns mercados, sobretudo no que toca a infraestruturas. Em Portugal, um dos casos mais flagrantes é o da Altice Arena, que era conhecida por Pavilhão Atlântico até à compra dos naming rights pela Meo em 2013.

Contratos terão duração mínima de 10 anos

Contactado pelo ECO, Bernardo Faria de Carvalho, administrador do Benfica com o pelouro da expansão internacional, não quis revelar por que valores estão os direitos no mercado, por não poder “entrar em pormenores”. Mas explicou que o clube está a fazer mira a parceiros internacionais, apesar de “dar prioridade” a empresas portuguesas.

“As principais empresas já foram todas contactadas [no passado] e não conseguimos fazer esse negócio. Entendemos que, neste momento, queremos um parceiro internacional. Já tivemos várias conversas com parceiros internacionais. Seria uma grande surpresa para mim se aparecer uma empresa portuguesa”, destacou o gestor.

Quanto à duração de um eventual contrato, Bernardo Faria de Carvalho ressalvou que terá de ser sempre por, pelo menos, uma década. “Os namings têm de ser sempre, no mínimo, por dez anos. Está-se a dar um nome a um filho, não podemos andar a trocar. O nome é uma coisa que, no mercado, tem de estar mais estabilizada. Mas gostaríamos a 20 anos. Seria o ideal, porque, quanto mais estável, melhor é”, disse.

Bernardo Faria de Carvalho, administrador do Benfica com o pelouro da expansão internacional

Citada em comunicado, Karen Brodkin, co-responsável da WMESports e vice-presidente executiva de estratégia e desenvolvimento de conteúdo da Endeavor, refere que o estádio da Luz e a academia do Benfica “proporcionam não só uma oportunidade para as marcas se ligarem a milhões de adeptos de futebol em todo o mundo, mas também aos seis milhões de turistas que visitam a vibrante capital de Portugal todos os anos”.

A responsável sublinha ainda que o grupo WME vai usar a sua “experiência internacional em promoção de imóveis desportivos” para destacar ambas as propriedades do Benfica, salientando que, para tal, será usada “uma abordagem colaborativa e baseada em dados para encontrar os parceiros estratégicos certos”.

Já Domingos Soares de Oliveira, CEO do Benfica, acrescenta, também no comunicado, que “será uma mais-valia trabalhar com a prestigiada agência WME Sports, que irá fornecer uma rede incomparável de patrocinadores globais”.

Esta não é a primeira vez que o Benfica procura parceiros que adquiram os naming rights do estádio da Luz. Em janeiro de 2019, o Record avançou que o Benfica estaria a pedir 100 milhões de euros pelos naming rights do estádio em Lisboa.

Além disso, ao longo das últimas décadas, foram várias as notícias que apontaram para potenciais negócios envolvendo o nome do estádio da Luz. Em 2016, a imprensa chegou a dar como fechado um negócio pelo mesmo valor e com a duração de 10 temporadas. Todavia, o nome do estádio do Benfica não chegou a mudar.

Quanto à academia do Benfica, o clube vendeu em 2006 os direitos de nome do centro de estágios no Seixal à Caixa Geral de Depósitos por dez anos. Nessa altura, a infraestrutura passou a designar-se por Caixa Futebol Campus. No final desse contrato, em 2016, a academia adotou a designação genérica de Benfica Campus.

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