Índice de transmissibilidade a aumentar desde fevereiro, mais elevado no Algarve

  • Lusa
  • 4 Abril 2021

A DGS e o INSA indicam que o Rt a nível nacional se situa nos 0,97 e que o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 000 habitantes tem vindo a diminuir no país, exceto no Algarve.

O índice de transmissibilidade (Rt) da covid-19 tem vindo a aumentar desde meados de fevereiro, sendo mais elevado na região do Algarve, onde está em 1,19, revela o primeiro relatório de monitorização das ‘linhas vermelhas’ divulgado este sábado.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) disponibilizam este sábado o primeiro relatório de monitorização das ‘linhas vermelhas’ para a covid-19, que passará a ser publicado semanalmente às sextas-feiras.

No continente, a região onde se observou o valor mais elevado do Rt foi a do Algarve (1,19), enquanto o valor mais baixo foi observado na região Centro (0,88). Tanto a nível nacional como a nível das regiões de saúde do continente tem-se observado um aumento paulatino do valor do Rt desde meados do mês de fevereiro, sendo mais notório na região do Algarve”, precisa o documento.

A DGS e o INSA indicam que o Rt a nível nacional se situa nos 0,97 e que o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 000 habitantes tem vindo a diminuir no país, exceto no Algarve.

O relatório refere também que, no período entre 18 e 31 de março, a incidência cumulativa a 14 dias foi de 65,9 casos por 100 000 habitantes, com uma tendência estável.

Nesse período, o grupo etário que apresentou maior incidência correspondeu ao grupo dos 20 aos 29 anos (93 casos por 100 000 habitantes), refere o documento. Por sua vez, o grupo com mais de 80 anos apresentou uma incidência cumulativa a 14 dias de 51 casos de infeção por SARS-CoV-2 por 100 000 habitantes, o que reflete um risco inferior ao da população em geral, indica.

A DGS e o INSA estimam que 70,6% dos casos de infeção por SARS-CoV-2 no continente estejam associados à variante do Reino Unido, sendo nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo (76%) e Algarve (95%) onde apareceram em maior número.

Até 28 de março de 2021, foram diagnosticados 50 casos da variante associada à África do Sul e a maioria foi identificada nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo (54%) e do Norte (36%), existindo “a possibilidade de transmissão comunitária, ainda que de muito baixa expressão”, uma vez que, após a investigação epidemiológica, não foi possível estabelecer o contexto de transmissão de alguns casos.

Em relação à variante associada ao Brasil, foram diagnosticados, até 28 de março, 22 casos, metade dos quais em residentes na região de Lisboa e Vale do Tejo, não havendo neste caso “evidência (prova) de transmissão comunitária sustentada em Portugal”.

Segundo o documento, o maior número de casos de covid-19 internados em UCI correspondeu ao grupo etário dos 70 aos 79 anos.

A proporção de testes positivos para SARS-CoV-2, entre 25 a 31 de março, foi de 2%, “valor que se encontra abaixo do limiar dos 4%, e o total de testes realizados nos últimos sete dias foi de 152.695. A DGS e o INSA indicam também que “a proporção de casos confirmados notificados com atraso mantém uma tendência decrescente”. Nos últimos sete dias, todos os casos foram isolados em menos de 24 horas após a notificação e foram rastreados e isolados 91,5% dos seus contactos.

“A análise global dos diversos indicadores sugere uma situação epidemiológica controlada, ou seja, transmissão comunitária de moderada intensidade e de reduzida pressão nos serviços de saúde nas próximas semanas. Deve, no entanto, atentar-se ao aumento da transmissibilidade numa das regiões do continente”, salientam a DGS e o INSA, concluindo que “o atual período pascal e o início do desconfinamento são fatores que podem interferir nesta situação, com reflexos que demorarão algumas semanas a ser visíveis”.

As duas entidades referem que a monitorização dos indicadores divulgados no relatório “é fundamental para o acompanhamento da evolução” da epidemia em Portugal e para dotar “as autoridades de saúde e o público de informação que permita implementar medidas que contribuam para o seu controlo”.

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