Groundforce tenta afastar ex-CEO sem indemnização ou prémios
Paulo Leite tinha já cessado funções como CEO e os acionistas vão votar esta segunda-feira a destituição do cargo que ainda ocupava de administrador não executivo. O mandato terminaria no fim do ano.
O ex-CEO da Groundforce Paulo Neto Leite pode deixar, esta segunda-feira, de estar ligado à empresa de handling e o objetivo do acionista Alfredo Casimiro que vá sem direito a indemnizações ou prémios, sabe o ECO. Após ter sido afastado de funções de CEO, o gestor manteve-se como administrador não executivo.
Os acionistas da Groundforce — Pasogal (50,1%), TAP (43,9%) e PGA (6%) — vão reunir-se a partir das 16h para “deliberar sobre a destituição de administrador com justa causa e efeitos imediatos com fundamento na violação grave dos deveres de lealdade e de cuidado a que estava sujeito”, segundo a convocatória a que o ECO teve acesso.
Este administrador é Paulo Neto Leite que foi destituído das funções de CEO há um mês, tendo na altura o conselho de administração apontado ações que apelidou de “quebra de confiança” e uma “violação grave dos deveres de lealdade”. A razão não foi clara, mas estará relacionada com um desentendimento entre Leite e Casimiro no que diz respeito aos salários em atraso na Groundforce.
Foi o então CEO que anunciou o pagamento de parte da remuneração em falta e, mais tarde, viria a alinhar com a TAP contra Casimiro na votação da solução encontrada de sale and leaseback de equipamentos (que está agora a ser contestada). “Consciente das implicações das decisões que tomei, saberia que este dia iria chegar. Fiz tudo o que a minha consciência e os meus princípios me obrigaram e não me arrependo de um segundo sequer“, explicou então Paulo Neto Leite, numa comunicação aos trabalhadores.
A votação (que se espera favorável já que a Pasogal tem a maioria do capital) não pretende só afastar o gestor, mas também impedir que este receba qualquer indemnização pelo despedimento. Além disso, foram congelados prémios relativos às contas de 2019 devido à pandemia, dos quais 380 mil euros seriam para o CEO, 160 mil para cada um dos outros administradores e 1,2 milhões para os trabalhadores.
Estes montantes também poderão não ser pagos tal como as remunerações até ao fim do mandato (que só terminava a 31 de dezembro de 2021), o que poderá levar a uma contestação judicial entre as duas partes. Contactados pelo ECO, nem Paulo Leite Neto nem Alfredo Casimiro quiseram fazer comentários. Não se sabe também ainda quem irá entrar para a administração, mas o segundo ponto na agenda da AG é a deliberação sobre a “nomeação de administrador para o triénio em curso”.
Paulo Neto Leite foi escolhido, em julho de 2017, pelo próprio dono da Pasogal para chefiar a Groundforce. Com a chegada a CEO, substituindo Guilhermino Rodrigues, passaria a ser também vice-presidente do Conselho de Administração da Groundforce, que era (e ainda é) presidido por Alfredo Casimiro. Por enquanto, as funções de CEO estão a ser assumidas pelo empresário, que só deverá procurar um substituto quando a situação financeira da empresa estabilizar.
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