Governo dos EUA pede a tribunal para travar fusão Aon-WTW

  • ECO Seguros
  • 17 Junho 2021

O Departamento de Justiça dos EUA avançou com uma ação judicial para impedir a fusão proposta entre as irlandesas Aon e Willis Towers Watson.

A ação judicial entregue pela Divisão da Concorrência do Departamento de Justiça (DoJ na sigla original) num tribunal de Washington D.C. tem como acusadas a Aon Plc e a Willlis Towers Watson Plc, proponentes da fusão.

No processo, o Procurador-Geral dos EUA acusa as corretoras de seguros de violarem as regras da Concorrência dos EUA (Lei Clayton) e, com base numa série de considerações que fundamentam a queixa, pede ao tribunal que impeça a combinação entre duas das Big Three (Marsh, Aon e WTW).

As três dominam o mercado da corretagem de seguros, mas competem entre si e distinguem-se das demais em preços, nível de serviços e inovação que mais nenhum concorrente consegue assegurar às empresas americanas, afirma a autoridade norte-americana

Mas, segundo desenvolve o documento que o DoJ entregou ao tribunal (Case 1:21-cv-01633), a proposta de aquisição da WTW pela Aon – anunciada em março de 2020 por um montante estimado de 30 mil milhões de dólares – “combinaria dois dos três maiores corretores de seguros do mundo” limitando “substancialmente” a concorrência. A fusão resultaria em “preços mais altos e menos inovação, prejudicando as empresas americanas e os seus clientes, empregados e reformados.”

Pedindo ao tribunal para travar a operação de concentração, o DoJ alega que a planeada combinação afetaria gravemente cinco “mercados relevantes,” nos EUA, entre outros, os seguros de propriedade e acidentes; corretagem de risco financeiro para grandes empresas; corretagem de benefícios de saúde para grandes clientes; atuariado para grandes planos de pensões de benefício fixo e a corretagem de resseguro. Os efeitos previstos que a fusão produza sobre estes cinco “mercados relevantes” correspondem às cinco violações de que as proponentes (da fusão) são acusadas no processo judicial.

“Se fosse permitida a fusão com a WTW, a Aon estaria em posição de usar essa vantagem contra as empresas americanas“, antecipa o processo. “As empresas provavelmente pagariam o preço na forma de taxas mais elevadas por serviços de menor qualidade para a gestão dos seus riscos comerciais mais complexos e dispendiosos através de seguros e resseguros,” alega o Departamento de Justiça, reforçando argumentação com referência ao índice Herfindahl-Hirschman (HHI), utilizado para estimar os níveis de concentração no mercado.

Em consequência, a Justiça norte-americana afirma que, combinadas, a Aon e a WTW ficariam com quota superior a 40% nos “mercados relevantes” mencionados. Depois de expor análise detalhada ao impacto da fusão em cada um desses segmentos de negócio, o DoJ reafirma que a fusão seria prejudicial para grandes empresas norte-americanas, logo viola disposições da Clayton Act.

No mesmo documento, a Justiça dos EUA afirma ainda que os desinvestimentos recentemente propostos pelas acusadas (no mercado norte-americano) não eliminam, de todo, os efeitos negativos da fusão sobre a concorrência.

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