Catástrofes: Eventos meteorológicos extremos custaram 42 mil milhões às seguradoras no 1º semestre

  • ECO Seguros
  • 18 Agosto 2021

Os danos resultaram sobretudo dos 'secondary perils', como secas, ondas de calor extremo, incêndios florestais, inundações, potenciados pela mudança climática e pressão urbana acelerada.

Incêndios florestais, invernos gelados e tempestades de granizo causaram catástrofes naturais que geraram prejuízos segurados que ascenderam a 40 mil milhões de dólares no primeiro semestre de 2021, estima um relatório Swiss Re Institute.

O montante – que abrange danos em bens (excluindo sinistros associados à pandemia de Covid-19) ultrapassa o valor médio (33 mil milhões) calculado para este período do calendário na última década – constitui o segundo valor mais alto desde o 1º semestre de 2011, quando aconteceram terramotos no Japão e Nova Zelândia e que elevaram perdas por catástrofes num só semestre aos 104 mil milhões de dólares.

Aos 40 mil milhões de dólares de prejuízo resultante de eventos naturais catastróficos, acrescem 2 mil milhões de dólares de estragos segurados em desastres causados pelo homem. Somado, o relatório da Swiss Re estima em 42 mil milhões de dólares (cerca de 35,7 mil milhões de euros) o valor de danos segurados no cômputo das catástrofes até junho 2021.

A estimativa de perdas por catástrofes naturais reflete sobretudo os estragos dos designados secondary perils (tradicionalmente considerados “perigos secundários”, como secas prolongadas, ondas de calor extremo, incêndios florestais, tempestades de inverno, inundações), atualmente potenciados pela mudança climática e pressão urbana acelerada, explica a resseguradora. Neste contexto, só a tempestade Uri, que marcou o inverno na América do Norte, causou perdas seguradas estimadas em 15 mil milhões de dólares nos EUA, representando 38% do total estimado globalmente para o semestre e a posicionar-se como o sinistro mais caro de que há registo entre os eventos extremos causados pelas referidas ameaças secundárias.

A indústria seguradora “precisa de melhorar as suas capacidades de avaliação de risco nestes perigos menos monitorizados” de modo a manter e expandir a sua contribuição para a resiliência financeira, observa Martin Bertogg (Head of Cat Perils) responsável pela área de investigação e modelos globais para catástrofes naturais na Swiss Re.

Globalmente, além de 4 500 de vidas humanas (entre mortos e desaparecidos em desastres naturais no semestre), as perdas económicas provocadas por eventos catastróficos são estimadas em 77 mil milhões de dólares na primeira metade de 2021. Este valor, inferior aos 108 mil milhões de média estabelecida para o mesmo período na última década (2011 a 2021), deverá subir nos próximos meses, já que o terceiro trimestre costuma ser o período ano de maior prejuízo em termos de desastres naturais.

Depois de junho, mês marcado pelo mau tempo que causou inundações na Europa (Alemanha, Holanda, Bélgica e outros países) e das temperaturas extremas no Canadá e nos EUA, julho e agosto trouxeram registos de mais cheias (na China e Índia) e incêndios devastadores na Turquia, Grécia e Itália, assinala o relatório antecipando, para o resto do ano, acréscimo de prejuízos económicos e danos segurados por calcular.

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