Feira do Livro de Lisboa regressa esta quinta-feira com maior oferta editorial de sempre

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Agosto 2021

Apesar da pandemia, a Feira do Livro de Lisboa volta ao Parque Eduardo VII com uma oferta editorial recorde: um total de 744 marcas editoriais estarão representadas até 12 de setembro.

O “ponto de encontro anual entre editores, autores e leitores” regressa esta quinta-feira para a sua 91.ª edição, novamente no Parque Eduardo VII. Ao longo de 18 dias, estarão representadas 744 marcas editoriais na Feira do Livro de Lisboa, um número recorde reunido num total de 131 expositores, distribuídos por 325 pavilhões.

Após um ano em que, devido à pandemia de Covid-19, a iniciativa foi limitada a uma lotação de 3.300 pessoas, a edição de 2021 poderá ter, ao mesmo tempo, até 5.500 visitantes no recinto. De resto, “as regras são exatamente as mesmas” que em 2020, garante o vice-presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Pedro Sobral. Ou seja, mantém-se o uso obrigatório de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social de dois metros, mas certificado digital ou teste negativo não serão necessários.

A programação cultural foi, “mais uma vez, reduzida ao mínimo”, dado que a APEL não quis criar “pontos de possível insegurança ou risco”, diz Pedro Sobral. Nesse sentido, eventos maiores como concertos musicais ou show cookings não existirão. Haverá, no entanto, três auditórios ao ar livre com uma lotação máxima de 25 pessoas para apresentações de livros, debates, palestras ou sessões de autógrafos, que acontecerão também nos espaços reservados aos editores.

Também o número de autores que estará presente este ano é “bastante superior” em relação a 2020, adianta o responsável da APEL. “No ano passado, houve uma série de autores e até de editores que não estiveram presentes. Por um lado porque, obviamente, o contexto pandémico era muito mais incerto que este ano, do lado dos autores, e, relativamente aos editores, porque setembro é um mês muito complicado para este setor. É o regresso às aulas, a preparação do Natal… Uma feira desta magnitude complica muito o processo”, justifica.

Quanto ao número de visitantes, a organização espera que seja “superior” face a 2020. “A Feira do Livro de Lisboa de 2020 foi o primeiro grande evento ao ar livre depois do primeiro confinamento”, logo, “as expectativas eram muito baixas”, aponta Pedro Sobral, nomeando as razões “óbvias”. O contexto pandémico era “bastante complexo”, em setembro acabam as férias e há o regresso às aulas, sendo que, para o orçamento familiar, é um mês “muito pesado”, mas para os editores é “muito importante” pela venda de livros escolares e pela preparação do Natal, “feita com dois ou três meses de antecedência”.

Ainda assim, várias editoras relataram que, face à edição de 2019, a Feira do Livro de 2020 representou até uma melhoria. A APEL explica que, apesar de a Feira não ser auditada, nem haver números exatos, 2020 teve “metade dos visitantes” de 2018 e 2019, “mas o volume de negócios foi mais ou menos o mesmo”. “Pela conversa que tivemos com os nossos associados, percebemos claramente que funcionou bem e, tendo tido metade dos visitantes, mantido um volume de negócios mais ou menos igual, e com alguns editores, como é o caso da Tinta da China e outros, que até tiveram um volume de negócios melhor, obviamente que o saldo de 2020 foi bastante positivo“, sublinha o vice-presidente da APEL.

Pedro Sobral falou ainda ao ECO que está a ser preparada “uma nova versão da Feira a partir do próximo ano, com um novo formato”, que deverá acontecer entre maio e junho. “Achamos que poderá trazer uma maior festa a este mercado, portanto, esperemos que este seja o último ano em setembro e que, obviamente, corra melhor que em 2020”, acrescenta.

Entre as 744 marcas editoriais, há 24 novas presenças face à anterior edição, 12 das quais participam pela primeira vez no certame. Mantém-se a iniciativa conjunta da APEL e do Banco de Bens Doados, “Doe os seus Livros”, que visa dar “um final feliz” aos livros novos ou usados dos visitantes, como também a “Hora H”, ou seja, na última hora de funcionamento da feira entre segunda e quinta-feira (das 21 às 22 horas), há descontos mínimos de 50% em livros lançados há mais de 18 meses. Os mais novos não foram esquecidos e terão atividades como clubes de leitura, tertúlias, apresentação de livros e projetos, histórias contadas, leituras encenadas e música.

A Feira do Livro de Lisboa funcionará entre 26 de agosto e 12 de setembro, estando aberta ao público entre as 12h30 e as 22h de segunda a quinta-feira, entre as 12h30 e a meia noite de sexta-feira, das 11 à meia noite de sábado e das 11 às 22 horas de domingo.

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