Canadá: Trudeau promete subir impostos sobre banca e seguros

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, prometeu aumentar a tributação fiscal sobre os lucros dos bancos e seguradoras, sustentando a mensagem com a ideia de que o setor financeiro obteve lucros significativos durante a pandemia.

A proposta de Trudeau, que alguma imprensa qualifica de “populista”, foi lançada nos subúrbios de Vancouver (British Columbia) durante uma ação de campanha para as eleições legislativas de setembro. O aumento do imposto sobre os lucros de grandes bancos e seguradoras (do ramo Vida) passaria por um acréscimo de 3 pontos percentuais, de 15% para 18% sobre todos os ganhos líquidos acima de 1 000 milhões de dólares canadianos (cerca de 675 milhões de euros ao câmbio corrente).

“As nossas instituições financeiras estão a sair-se muito bem da pandemia, em parte porque os canadianos se uniram e, com o apoio do governo, fizeram as coisas certas”. Uma vez que “registaram lucros extraordinariamente elevados, enquanto outros tiveram de apertar o cinto, vamos pedir-lhes que façam um pouco mais,” afirmou Trudeau.

Complementando intenção de travar a procura de habitação de luxo por estrangeiros, contendo assim a subida de preços no imobiliário residencial, a sobretaxa fiscal sobre lucros das seguradoras e bancos geraria, no mínimo, uma receita adicional de 2,5 mil milhões dólares por ano durante os próximos quatro da legislatura, a começar no exercício orçamental 2022-2023, segundo estimativa divulgada pelo Partido Liberal que, entre outras medidas, propõe o Canada Recovery Dividend, uma espécie de contribuição empresarial para a recuperação económica pós-pandemia.

De acordo com a Bloomberg, o lucro combinado dos seis maiores bancos ultrapassou 40 mil milhões de dólares no último exercício fiscal. No discurso populista pela conquista de votos, os liberais concorrem com o New Democratic Party (NDP), que também prometeu agravar a tributação às grandes empresas.

As eleições agendadas para 20 de setembro no Canadá foram calendarizadas após dissolução do parlamento, onde o partido de Trudeau já havia perdido a maioria de assentos nas eleições de 2019.