Bruxelas vai debater reinstalação de afegãos em setembro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 31 Agosto 2021

O ministro Eduardo Cabrita garante que Portugal vai participar na reinstalação de afegãos, "concordando plenamente" com os grupos identificados como mais vulneráveis.

A Comissão Europeia vai realizar um fórum de alto nível sobre reinstalação de cidadãos afegãos. O debate irá decorrer em setembro, segundo adiantou esta terça-feira o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que garante também que “Portugal irá participar neste esforço de reinstalação“.

“A cooperação com as entidades afegãs deve estar subordinada, antes de mais, ao respeito por condições que sejam compatíveis com os direitos fundamentais, assumindo que os grupos mais vulneráveis são identificados”, afirmou Eduardo Cabrita.

O ministro, que falava em declarações à imprensa após a reunião ministerial de Assuntos Internos da União Europeia (UE), sublinhou que Portugal vai participar na reinstalação de afegãos, “concordando plenamente com aquilo que a comissária Ylva Johansson identificou como grupos mais vulneráveis: as mulheres, as crianças, os ativistas de Direitos Humanos, os jornalistas, segmentos como as mulheres juristas, designadamente as mulheres juízas.

Nenhum dos 27 Estados-membros se comprometeu com qualquer número de afegãos a acolher, mas o governante aponta que “Portugal tem, neste momento, recursos que lhe permitem apoiar umas centenas de afegãos”. Só esta manhã, chegou a Lisboa um grupo de 18 pessoas, redistribuídas a partir de Madrid. A Portugal chegaram 84 cidadãos afegãos desde sexta-feira passada.

Eduardo Cabrita assegura ainda que a Europa está hoje “manifestamente mais preparada” para acolher migrantes, destacando que priorizar uma ação solidária na dimensão humanitária é condição para prevenir uma situação futura de crise de segurança ou de crise migratória e que será concedido estatuto de proteção internacional adequado. No entanto, “nem todos os países veem com o mesmo entusiasmo a participação neste esforço de reinstalação”, remata.

Segundo os últimos números, cerca de 114.000 pessoas foram retiradas de Cabul, desde a tomada da cidade pelos talibãs, em cerca de 2.900 em voos militares ou da coligação internacional.

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