Governo aposta que preços da energia na indústria “estabilizam” em 2022
O secretário de Estado da Economia, João Neves, revelou em Paris que as estimativas do Governo apontam para que os preços da energia para utilizações industriais estabilizem ao longo do próximo ano.
O secretário de Estado da Economia, João Neves, assegurou esta quarta-feira aos empresários portugueses do têxtil e do vestuário, que estão a participar numa feira em Paris, que o Executivo está a fazer um esforço para estabilizar os preços da energia para a indústria em 2022.
“O Governo está a estimar que, ao longo do próximo ano, os preços de energia para as utilizações industriais estabilizem. É nessa vertente que estamos a apostar e julgamos que será muito importante para aumentar as condições concorrências face a outros produtores“, realçou o governante, em declarações aos jornalistas à margem da Première Vision, um dos mais importantes eventos de moda a nível europeu.
As declarações do secretário de Estado, que está em França a acompanhar a comitiva de empresários portugueses, surgem poucas horas depois de o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, garantir que “não haverá aumento do preço da eletricidade no mercado regulado em 2022” e avançar também “que as tarifas de acesso às redes terão uma redução de 30% para os consumidores industriais”.
O presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Mário Jorge Machado, lembra que os preços da eletricidade e gás natural, dois componentes muito relevantes nos custos desta indústria, “são fatores que diminuem muito a competitividade do setor”. Quanto ao anúncio do Governo, o líder da ATP responde que “todas as medidas que permitam diminuir esse impacto são cruciais para a competitividade do setor”.
César Araújo, presidente da Associação Nacional das Industrias de Vestuário e Confeção (Anivec), corrobora a ideia do homólogo da ATP e realça que “o facto de Portugal ter uma energia extremamente cara acaba por aumentar os preços”. César Araújo apela ainda ao Executivo socialista para “reduzir o custo da eletricidade e apoiar as empresas no uso de energias verdes”.
O têxtil e vestuário português estão na “linha da frente” da Première Vision em Paris. Para o secretário de Estado da Economia, ter 56 empresas portuguesas nesta feira, a primeira após a pandemia, “é o resultado da enorme capacidade das empresas portuguesas durante um período difícil e da enorme flexibilidade de adaptação das empresas à evolução do mercado”. E “um sinal muito importante para o mercado”.
Em Paris, os gestores alertaram também o secretário de Estado para a falta de mão-de-obra e de recursos qualificados. João Neves concorda que é necessário “apostar na formação de pessoas e no acréscimo de competências”. É preciso “captar novos trabalhadores em Portugal e no exterior e oferecer condições de trabalho que sejam concorrenciais (…) e possam corresponder a projetos de vida”, acrescenta.
“A indústria tem poucos elementos de atratividade, mas isso também parte da capacidade das empresas e estruturas associativas de demonstrarem o que existe de bom no setor e transformar essas condições numa espécie de sexappeal, o que por vezes não acontece”, concluiu o secretário de Estado.
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