Marcelo quer “estabilidade governativa” até às legislativas em 2023
O Presidente da República admite que seja "estabilizador a mais" e continua a defender a estabilidade governativa até às legislativas de 2023.
A “estabilidade governativa” até às legislativas de 2023 é uma prioridade para o Presidente da República, mesmo que venha a ser conhecido como “estabilizador a mais”. Em entrevista ao jornal das 8 da TVI, esta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse que os próximos três-quatro meses serão de reflexão nos partidos depois dos resultados das autárquicas.
“As autárquicas têm uma leitura nacional”, disse o Presidente ao jornalista Miguel Sousa Tavares, recordando o caso da demissão do então primeiro-ministro António Guterres, em 2001, e de Passos Coelho de líder da oposição em 2017. Quanto às autárquicas de 26 de setembro deste ano, Marcelo preferiu repetir que não ia comentar nem os resultados, nem a campanha, mas reforçou que “até às legislativas tem de haver estabilidade governativa”.
Nos próximos três-quatro meses os “partidos vão ter de fazer a sua leitura dos resultados” das autárquicas, disse o Chefe de Estado, assinalando que uma democracia ganha quando “existe uma alternativa forte” ao Governo. “A leitura que os partidos fizerem à esquerda e à direita destas autárquicas vai determinar a sua estratégia para as legislativas”, acrescentando, depois, que “para haver uma alternativa plausível e forte no centro-direita e à direita, o problema não é apenas, não é sobretudo de liderança, é um problema de estratégia”.
Num país com “tendência para uma auto-estima baixa” e uma “sociedade civil tradicionalmente fraca”, Marcelo acredita que Portugal pode reforçar a posição no mundo. “Temos de crescer mais, ter menos desigualdades, ter melhor formação, fazer mais compromissos”, disse, antes de lembrar o papel do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e dos fundos comunitários para criar “mudanças estruturais” no país. “O PRR não é monopólio do PS, nem de outros partidos. É do país”, ressalvou.
Em cerca de meia hora de entrevista, Marcelo foi também evasivo quanto aos casos controversos da última semana, entre os quais a demissão abortada do chefe de Estado Maior da Armada e a fuga de João Rendeiro à justiça. “Não houve demissão nem pode haver sem a minha assinatura”, disse, sem esclarecer no entanto os “equívocos”, que levaram o primeiro-ministro António Costa a pedir uma audiência urgente em Belém, na qual foi acompanhado do ministro da Defesa.
Sobre a fuga do banqueiro à justiça, Marcelo reconhece que “há um risco na posição do julgador”. Ainda que destaque o esforço para prevenir e combater a corrupção, o Chefe de Estado admite que existem “muitos problemas na justiça” e até “sinais contraditórios”.
(atualizado às 22h16)
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