Ryanair culpa TAP por cancelar 700 voos e 3 rotas para Lisboa

A companhia aérea irlandesa low cost acusa a TAP de estar a "açambarcar" faixas horárias no aeroporto de Lisboa e prejudicar a recuperação pós-covid.

A Ryanair diz que teve de cancelar 700 voos e três rotas para Lisboa porque a TAP está a “açambarcar” slots no aeroporto de Lisboa que não consegue usar. Em questão estão as rotas para Tours, Oujda e Bari este inverno, refere a companhia aérea low-cost num comunicado divulgado esta sexta-feira.

“Lamentamos profundamente estas interrupções desnecessárias para os passageiros destas rotas e voos cancelados, causadas pelo bloqueio de slots pela TAP, que não está a utilizá-los. Este bloqueio anticoncorrencial de slots obstrui o crescimento das companhias aéreas e a recuperação do tráfego, turismo e emprego no Aeroporto da Portela de Lisboa, em detrimento dos consumidores portugueses”, acusa Michael O’Leary, CEO da Ryanair Group, citado em comunicado.

A Ryanair afirmou hoje ter sido “obrigada a cancelar 700 voos e três rotas de Lisboa (para Tours, Oujda e Bari) neste inverno devido ao contínuo açambarcamento de slots de descolagem e aterragem (que a TAP não utiliza) no Aeroporto da Portela em Lisboa”, explicou a empresa em comunicado, lembrando que “o plano da TAP de reduzir a sua frota em 20% significa que simplesmente não pode utilizar todos os slots que detém”. Uma situação que irá “prejudicar a ligação a Lisboa e a recuperação pós-Covid”, lamenta a companhia área.

“É essencial que a infraestrutura nacional crítica de Portugal seja utilizada para apoiar a economia local e não abusada para proteger uma companhia aérea zombie ineficiente, na qual o governo português já gastou 3 mil milhões de euros do dinheiro dos contribuintes”, criticou a companhia aérea.

Apesar do sucedido, a Ryanair assegurou que manterá “os sete aviões (um investimento de 700 milhões de dólares) e a tripulação em Lisboa neste inverno para assegurar que está pronta e em condições de restabelecer todos os voos se forem libertadas slots suficientes”.

A Ryanair tem contestado a ajuda de Estado à TAP em Bruxelas. Apresentou um recurso no Tribunal de Justiça da União Europeia contra o financiamento de 1,2 mil milhões concedido ainda em 2020, que aquela entidade chumbou, obrigando a Comissão Europeia a reaprovar aquela injeção.

Mais recentemente, a companhia irlandesa contestou o plano de recuperação da TAP junto da Comissão Europeia, na sequência da abertura de uma investigação aprofundada aos auxílios de Estado.

(última atualização às 16h29)

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