Mudança climática e cibernética encabeçam lista de riscos globais da próxima década

  • ECO Seguros
  • 18 Outubro 2021

Depois de, em 2020, ter cedido à pandemia a 1ª posição entre ameaças globais mais percecionadas, o Clima reassume estatuto de risco mais preocupante para o mundo no horizonte de uma década.

Embora a pandemia de Covid-19 continue como ameaça mais importante em certas regiões do mundo e constitua fator determinante de incerteza da evolução global, as alterações climáticas regressaram ao primeiro lugar do Future Risks Report 2021, a 8ª edição estudo realizado pela Axa, em parceria com a Ipsos e a consultora Eurasia Goup.

O estudo traça o panorama dos grandes riscos do futuro com base em inquérito a um painel de 3 500 especialistas e 20 mil pessoas do grande público. Apesar da crise sanitária que, corrobora o documento, “terá impacto duradouro” na perceção das pessoas e 70% dos inquiridos afirmarem vulnerabilidade por exposição a doenças infeciosas, substâncias tóxicas e doenças crónicas, a pandemia desce ao terceiro lugar nesta edição. No futuro pós-pandémico, serão temas relevantes a saúde mental, a proteção de dados e o tópico “envelhecimento”.

Cerca de dois meses da próxima cimeira sobre Alterações Climáticas, em Glasgow (COP26), a Axa – uma das seguradoras globais mais ativas no alinhamento (institucional e operacional) com as metas ambientais, afirma no seu relatório: “os riscos associados à mudança climática retomam o seu lugar no topo da lista. A tomada de consciência é mais forte na Europa onde os peritos e o grande público colocam, mais uma vez, esse risco no topo das suas preocupações.” Na Ásia Pacífico e no Médio Oriente é o terceiro risco e, em África, onde a pandemia se mantem como principal ameaça, o clima é quarta ameaça mais séria na tabela de riscos.

O relatório salienta forte inquietação quanto ao risco cibernético, num contexto de explosão de ataques informáticos e de aceleração da transformação digital da sociedade. Pela primeira vez, o risco cibernético é nº1 nos EUA, ocupando o segundo lugar da lista em todas as restantes geografias.

TOP 3 dos Riscos Futuros

Fonte: “AXA Future Risks Report 2021”.

As sociedades mostram-se ainda impreparadas para desafios como as alterações climáticas, os riscos cibernéticos e a crise pandémica, vinca o documento. Para cada um destes riscos, o relatório revela que as pessoas manifestam “confiança limitada na capacidade de os poderes públicos lhes dar solução,” sintetiza Thomas Buberl, CEO da AXA no prefácio ao documento.

Menos de 20% dos especialistas sondados confiam que os poderes públicos conseguirão fazer face à alteração climática. O relatório sugere que o desafio climático exige acordos entre governos do mundo inteiro, e isso pode abrir portas e oportunidades para mais colaboração do setor privado.

A completar a lista dos 10 riscos mais importantes para os especialistas, o relatório identifica ainda: #4 Instabilidade geopolítica; #5 Descontentamento social e conflitos locais; #6 Riscos ligados à biodiversidade e recursos naturais; #7 Novas ameaças contra a segurança e o terrorismo; #8 Riscos de estabilidade financeira; #9 Riscos macroeconómicos; #10 Riscos ligados a inteligência artificial e big data.

A instabilidade geopolítica já limita a capacidade de uma atuação à dimensão mundial para gerir coletivamente os riscos relacionados com a alterações climáticas, tal como testemunham os numerosos obstáculos que se colocam às iniciativas internacionais de elevar as taxas sobre o carbono, sintetiza um comentário do Eurasia Group, empresa de consultoria e análise em temas de geopolítica.

Uma cooperação internacional mais eficaz também é desejável e necessária, por exemplo, para acelerar vacinação (covid-19) a nível mundial e, ainda, na luta contra o terrorismo, aponta o relatório.

Por outro lado, os jovens são os mais otimistas relativamente à capacidade global de enfrentar as ameaças enumeradas e, segundo afirma o documento da seguradora francesa, a opinião pública (75%) confia na comunidade científica e académica para limitar as consequências de futuras crises.

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