Ainda havia 19,2 mil milhões de crédito em moratória no fim de setembro

O fim da moratória pública para a generalidade dos contratos reduziu em 17,2 mil milhões de euros o valor abrangido por moratórias. No caso das famílias corresponde a 4,2% do total dos empréstimos.

O montante global de empréstimos abrangidos por moratórias afundou 17,2 mil milhões de euros no espaço de um mês, fixando-se em 19,2 mil milhões de euros no final de setembro, data em que terminou a moratória pública para a generalidade dos contratos, isto é, para as adesões que tinha acontecido até 30 de setembro do ano anterior.

Numa nota divulgada esta sexta-feira, o Banco de Portugal assinala que esta variação reflete as reduções de 8,7 mil milhões de euros nos empréstimos concedidos a particulares e de 8,1 mil milhões de euros às empresas, notando que “esta evolução prolongar-se-á pelo mês de outubro, uma vez que algumas instituições só registam o fim destas moratórias após o final de setembro”.

A maioria das moratórias de crédito chegou ao fim a 30 de setembro, implicando que, a partir de outubro, os clientes tiveram de retomar os pagamentos regulares de capital e juros, a menos que tenham negociado outras soluções com os bancos, como novos períodos de carência.

Tanto o Governo como os bancos já referiram que serão residuais os créditos em moratória que vão seguir até dezembro, o período complementar que foi dado aos clientes que aderiram mais tarde — até final de março de 2021 — a este mecanismo criado para amortecer os efeitos da pandemia de Covid-19.

Os créditos em moratória atingiram um máximo de 48,1 mil milhões de euros em setembro de 2020 e, desde então, têm vindo a baixar todos os meses, à medida que foram também terminando também as moratórias privadas dos bancos e das instituições de crédito.

Numa publicação feita esta sexta-feira, o Banco de Portugal assinala que, no final de setembro, o montante de empréstimos das famílias abrangido por moratórias era de 5,4 mil milhões de euros, correspondendo a 4,2% do total, o que compara com o peso de 11,1% que tinha em agosto.

Já a redução de 8,1 mil milhões de euros nas moratórias relativas às empresas é justificada pelo “decréscimo transversal” em todos os setores de atividade. Apesar de ter baixado 17,8 pontos percentagens face a agosto, o alojamento e restauração continuava a ser o que tinha maior proporção de empréstimos em moratória (37,1%) no final de setembro, seguido da construção (17,8%).

Nos designados “setores mais vulneráveis”, existiam 16,5 mil empresas abrangidas por moratórias no final do mês passado. Neste caso, o montante de empréstimos com pagamento suspenso ascendia a 5,3 mil milhões de euros, mesmo depois da diminuição de 2,9 mil milhões de euros em relação a agosto.

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