Risco-país de Portugal melhora em barómetro internacional

  • ECO Seguros
  • 14 Novembro 2021

Correlacionando a avaliação com as taxas de vacinação Covid-19 alcançadas por Portugal e Espanha, as economias ibéricas são destaque no barómetro da Coface relativo ao 3º trimestre de 2021.

Mais de 18 meses após o início da recessão mundial desencadeada pela pandemia da COVID-19 a recuperação económica continua, aponta o mais recente barómetro da Coface, companhia de seguros de crédito comercial e análises de risco-país.

Apontando Portugal e Espanha como líderes do processo na Europa, a seguradora francesa afirma que a evolução resulta em grande parte, do “progresso na implementação dos processos de vacinação durante o verão, em particular nas economias desenvolvidas”, assinala o COUNTRY AND SECTOR RISKS BAROMETER Q3 2021.

Portugal, com classificação de risco-país revisto para “A2” face ao rating “A3” atribuído na edição anterior do Barómetro, obtém melhoria da avaliação junto com outros 25 países incluídos no estudo, liderando na Europa em taxa de população vacinada contra a Covid-19 (mais de 80%). Os autores do relatório acreditam que o nível de vacinação na União Europeia (onde 70% dos adultos estavam vacinados no 3º trimestre) permitirá “evitar novos confinamentos no inverno”.

Neste cenário, outros países da Europa acompanham Portugal na melhoria do rating de risco-país para “A2,” são os casos de Espanha, Alemanha, Estónia, França e Bélgica, enquanto Noruega, Luxemburgo e Suíça progridem para “A1”.

Esta situação está a estimular “o aumento do consumo de serviços de elevado contacto, tais como a venda a retalho, o alojamento e lazer.” No entanto, a situação permanece irregular nas economias emergentes e a recuperação está a beneficiar os países orientados para a exportação, enquanto as economias dependentes dos serviços “continuam a registar um atraso”.

Apesar das previsões positivas, “estão a surgir sinais de que a recuperação mundial está a perder dinamismo,” observa a Coface. Os surtos pandémicos em pontos críticos da cadeia de abastecimento resultaram em ruturas de fornecimentos, alimentando a pressão sobre os preços. Estas ruturas “começam a afetar a produção e as vendas de produtores em todo o mundo,” desenvolve a equipa de estudos da seguradora de crédito comercial.

As adversidades provocadas pelas dificuldades no abastecimento, escassez de mão-de-obra e pela inflação, juntamente com a ameaça persistente da COVID-19, aumentam a lista de riscos e incertezas”. Mas, perante uma recuperação “consistente”, a Coface melhorou a sua avaliação de risco para mais de duas dezenas de países, com Espanha e Portugal como “front runners” na Europa ocidental.

As grandes exportações de produtos manufaturados para mercados desenvolvidos, “estão a provocar melhorias nas economias orientadas para a exportação na Europa Central e Oriental” (Polónia, Hungria, República Checa), na Ásia (Coreia do Sul, Singapura, Hong Kong) e na Turquia, acrescenta o barómetro.

A equipa de pesquisas da seguradora francesa também realizou simulações sobre a saúde financeira das empresas nas 4 maiores economias europeias e em seis setores. Segundo concluíram, apesar de o efeito estabilizador do apoio governamental, “a saúde das empresas deteriorou-se significativamente durante 2020, o que deverá normalmente conduzir a um aumento das insolvências, antevê o relatório.

Admitindo existência de número significativo de “insolvências ocultas” e que estão a levar mais tempo do que é habitual para se materializarem, a Coface estima que o número de insolvências que se adivinham ronde “44% das insolvências registadas em 2019 em França, 39% em Itália, 34% em Espanha e 21% para a Alemanha”. Os setores com risco muito elevado de insolvências nestes países da Europa ocidental são Automóvel, Têxtil e Vestuário e Transportes.

Após a revisão em baixa de 78 avaliações de risco país no ano passado, “estas melhorias vêm juntar-se às 16 já implementadas no 1º semestre de 2020, sendo acompanhadas por 30 atualizações de avaliações sectoriais,” nota o relatório cuja versão em português está acessível aqui.

O documento global, na íntegra (língua inglesa), pode ser descarregado aqui.

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