BRANDS' TRABALHO As linhas mestras da gestão de equipas: o que mudou?

  • PESSOAS + EY
  • 22 Novembro 2021

Inês Vaz Pereira, Associate Partner EY, People Advisory Services, fala das mudanças na operacionalização da gestão de equipas e da importância da liderança humanizada, atenta e inovadora.

Na gestão global de uma empresa, somos a soma das partes e somos responsáveis pela criação de equipas coesas, de alto rendimento e ainda por contribuir diariamente para um sentimento de cultura única.

É exigido aos líderes de hoje que sejam o exemplo na gestão da mudança, na contínua performance de alto rendimento, a manter as equipas felizes e “fidelizadas” e a superar constantemente cada sucesso alcançado. Tempos ainda mais exigentes, quando comparados com todos os tempos vividos. As linhas mestras da Gestão são as mesmas: a forma como se operacionaliza é que mudou.

A comunicação tem um fluxo básico: emissor vs recetor, mas nem sempre esse fluxo é linear, direto ou proporcional. E chegamos à primeira linha mestra: a comunicação da Mudança. Comunicar, não é hoje mais importante do que sempre foi. Estatísticas mais recentes assim o confirmam. Mas estaremos a comunicar corretamente com as nossas equipas?

Reconhece-se com precisão que todos somos agentes ativos na mudança e na adaptação dos nossos comportamentos “aos novos tempos”: ser ou não ser, eis a questão. Mas é um processo que deve ser transversal e absolutamente transparente para toda a organização.

Voltemos ao modelo emissor vs recetor e apliquemo-lo junto das equipas. Pratique-se a escuta ativa de todo o tipo de comunicação: verbal e não verbal. Esse papel cabe a cada liderança, que quanto mais consistente for na comunicação transparente, mais e melhor contribui para uma cultura coesa. Melhor reputação interna e externa. Cria-se reconhecimento e agiliza a motivação. Tudo a ganhar.

"São as novas soft skills que lideram uma verdadeira transformação organizacional específica de cada organização.”

Inês Vaz Pereira

Associate Partner EY, People Advisory Services

Outra linha mestra que temos vindo a trabalhar nas empresas é a Transformação Organizacional. Se o mundo mudou, se os colaboradores mudaram, se as lideranças mudaram…então as competências, funções e estruturas deverão refletir essa mudança. Aliar as pessoas aos objetivos do negócio, é aceitar que um Novo Mundo de Trabalho chegou para ficar.

Modelos Híbridos de Gestão, People Agenda (ou seja, colocar as vossas pessoas no centro da vossa agenda), Diversidade e Inclusão, Tecnologia…. Uma explosão de inovação e aceleração na dinâmica do trabalho que se reflete no redesenho de [novas] estruturas organizacionais. São as novas soft skills que lideram uma verdadeira transformação organizacional específica de cada organização.

Tecnologia & Transformação Digital – a linha mestra mais procurada nos últimos tempos. Há anos que se fala em transformação digital. Brilhantes casos de sucesso em Portugal, Angola e Moçambique sobre empresas que já são tecnologicamente maduras nos seus processos e nos seus KPIs de gestão. Mas o desafio atual prende-se com o conceito de Transformação Digital Humanizada.

Proporcionar uma cultura de adoção tecnológica junto dos colaboradores é desenvolver modelos de comunicação, formação e desenvolvimentos alinhados com a gestão tecnológica, disponível a um clique de utilização de todos os colaboradores. Simples e intuitiva, a exigência foca-se na cultura digital humanizada.

Os últimos anos trouxeram muito investimento e maturidade tecnológica focada na digitalização dos processos, na melhoria dos KPIs e na redução de tarefas administravas – e tão importante tem sido este investimento.

"Proporcionar aos colaboradores experiências genuínas e inovadoras que lhes incute o sentimento de pertença, de cultura de partilha e identificação, é uma importante prioridade a dar na gestão das nossas (melhores) pessoas. “Eu quero ficar”.”

Inês Vaz Pereira

Associate Partner EY, People Advisory Services

Mas os novos tempos trazem para a agenda dos nossos líderes, o conceito de “experiência de colaborador”, ou seja, foco na forma como é vivido e sentido os momentos que importam para os colaboradores: a primeira entrevista, o primeiro dia de trabalho, o primeiro salário, o reconhecimento e a promoção, o aniversário de trabalho ou até mesmo, o dia de saída da empresa.

As pessoas retêm momentos, experiências. E quanto melhores experiências, mais seguras se sentem, mais se identificam e mais resistem em mudar para outras empresas. Proporcionar aos colaboradores experiências genuínas e inovadoras que lhes incute o sentimento de pertença, de cultura de partilha e identificação, é uma importante prioridade a dar na gestão das nossas (melhores) pessoas. “Eu quero ficar”.

Por último, e não menos importante, ressalva-se o próprio estilo da liderança que está a ser desenvolvido no sentido da reaproximação. Os tempos de mudança trouxeram um afastamento social e emotivo entre as equipas, onde o líder sente hoje a necessidade de uma reaproximação (emocional) entre as suas equipas. Note-se que os líderes enfrentam hoje uma realidade nova: encontram quatro gerações em simultâneo na força de trabalho das organizações: Baby Boomers, Geração X, Geração Y e Millennials. Enfrentam novos paradigmas de liderança com diferentes skills que combinam o lado humano vs digital.

Em suma, a velocidade das mudanças sociais, económicas e tecnológicas obriga as organizações a ter capacidade de se adaptarem de forma rápida, necessitando que as suas pessoas sejam ágeis para acompanhar e até antecipar essa mudança. Se a este facto, somarmos o toque da liderança humanizada, atenta e inovadora, acolhe-se uma mudança saudável e colhe-se os resultados surpreendentes.

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