Líderes europeus exigem fim de “retórica agressiva” da Rússia na Ucrânia
Na última cimeira europeia do ano, os líderes da UE apelam ao desanuviar das tensões entre a Rússia e a Ucrânia, mas descartam sanções ao regime de Putin.
Os líderes da União Europeia (UE), esta quinta-feira reunidos em cimeira em Bruxelas, exigiram que a Rússia termine com a “retórica agressiva” na fronteira com a Ucrânia, avisando que qualquer investida terá “graves consequências e custos severos”.
“O Conselho Europeu salienta a necessidade urgente de a Rússia desanuviar as tensões causadas pela acumulação militar ao longo da sua fronteira com a Ucrânia e pela retórica agressiva”, vincam os chefes de Governo e de Estado da UE, nas conclusões do Conselho Europeu que hoje decorre em Bruxelas.
No documento, os líderes reiteram o seu “total apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia”, avisando que “qualquer nova agressão militar contra a Ucrânia terá graves consequências e custos severos como resposta, incluindo medidas restritivas [sanções] a serem acordadas com parceiros”.
O aviso surge depois de a Rússia ter voltado a reforçar a operação militar junto à região de região de Donbass, na Ucrânia, que está em conflito desde 2014, colocando em causa a integridade territorial ucraniana.
“O Conselho Europeu encoraja a esforços diplomáticos e a compromissos no âmbito do Formato da Normandia para assegurar total respeito pelos Acordos de Minsk”, adiantam os líderes da UE nas conclusões do Conselho Europeu.
Depois de já terem abordado a tensão entre Rússia e Ucrânia na Cimeira da Parceria Oriental celebrada na quarta-feira em Bruxelas, os responsáveis dos 27 voltaram a discutir o tema no Conselho Europeu.
Eventuais novas sanções à Rússia não estavam, porém, sobre a mesa de líderes da UE pois vários chefes de Estado e de Governo consideraram que a tomada de medidas mais duras nesta fase apenas iria contribuir para uma escalada da tensão com Moscovo.
No final da reunião de quarta-feira, que juntou os líderes da UE e os chefes de Estado e de Governo da Ucrânia, Arménia, Azerbaijão, Geórgia e Moldávia – a Bielorrússia ‘de’ Alexander Lukashenko está atualmente de fora da parceria – os presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão, Ursula von der Leyen, reiteraram as mensagens de advertência a Moscovo, garantindo que qualquer agressão à integridade territorial e soberania da Ucrânia terá “um preço elevado”.
“Tivemos a oportunidade de reafirmar o nosso apoio à Ucrânia, o nosso apoio à sua integridade territorial e à sua soberania. Amanhã [quinta-feira, hoje], no formato do Conselho Europeu, teremos a oportunidade de voltar a este assunto e de dizer com força, em conjunto com os nossos parceiros, no quadro da NATO, do G7, das nossas relações com os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, que, no caso de haver agressões militares contra a Ucrânia, haverá uma resposta forte e um preço alto a pagar pelos autores dessa agressão”, declarou Charles Michel, falando à imprensa.
Von der Leyen também se referiu à “preocupação partilhada” por todos os membros da Parceria Oriental com a concentração de meios militares da Rússia na fronteira com a Ucrânia e voltou a exortar Moscovo a abster-se de qualquer ato agressivo.
“Não devem restar dúvidas: a União Europeia vai responder de forma muito firme a qualquer agressão contra a Ucrânia […] Se a Rússia cometer ações agressivas contra a Ucrânia, o preço vai ser elevado e as consequências graves”, advertiu a responsável.
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